A mais recente visita do ex-astro do basquete americano Dennis Rodman à Coreia do Norte teve nesta quinta-feira um novo episódio, desta vez menos constrangedor para o ex-jogador e autointitulado grande amigo do ditador norte-coreano Kim Jong-un. Um dia depois de cantar parabéns para o aniversariante “Líder Supremo” da nação comunista, Rodman veio a público pedir desculpas por declarações dadas na terça-feira durante uma tresloucada entrevista à rede americana CNN, na qual criticou o missionário Kenneth Bae, cidadão americano detido na Coreia do Norte, e ainda disparou xingamentos contra o apresentador Chris Cuomo.
“Quero primeiramente pedir desculpas à família de Kenneth Bae”, afirma Rodman em nota divulgada por seu relações públicas. “Quero pedir desculpas a meus colegas de time e a minha equipe. Quero também pedir desculpas a Chris Cuomo”, diz Rodman, que organizou um jogo em Pyongyang entre ex-atletas da NBA e a seleção norte-coreana.
O comunicado prossegue: “Eu envergonhei muitas pessoas. Lamento muito. Nessa altura, eu devia evitar fazer declarações políticas. Estou realmente sentido”. Segundo o ex-jogador, o dia da entrevista havia sido muito estressante, alguns dos integrantes do time da turnê estavam sendo pressionados por suas famílias e agentes a voltar para casa e sua “diplomacia do basquete” não estava dando muito certo. “Eu tinha bebido”, afirma Rodman. “Não é uma desculpa, mas no momento da entrevista eu estava chateado”.
‘Diplomacia’ – Essa é a quarta viagem de Rodman a Pyongyang. Nas duas primeiras ele jantou com Kim Jong-un, com quem diz ter uma genuína amizade, mas na terceira vez não houve encontro com o ditador comunista, filho e neto dos primeiros ditadores norte-coreanos.
Dennis Rodman diz que não pretende interferir na política norte-coreana, mas causou controvérsia nos EUA ao insinuar na entrevista que o missionário coreano-americano Kenneth Bae é culpado por estar preso na Coreia do Norte. “Se você entender o que Kenneth Bae fez. Você entende o que ele fez neste país? Por que está prisioneiro neste país?”, disse Rodman numa entrevista cheia de palavrões à CNN, e recusando-se a explicar o sentido das suas declarações.
Terri Chung, irmã do missionário, disse que a família ficou “ultrajada” com o ex-atleta. “Ele está claramente desinformado sobre o caso de Kenneth, e certamente não em condições de fazer qualquer julgamento”, disse Chung, acrescentando que seu irmão nunca teve intenções hostis contra o Estado norte-coreano.
Bae, de 45 anos, foi preso em 2012 quando comandava um grupo de visitantes no norte do país asiático. Ele foi sentenciado a 15 anos de prisão, sob a acusação de estar usando as visitas turísticas como fachada para desestabilizar o regime.
(Com agência Reuters)