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Reunião na ONU termina sem consenso e com ataques mútuos de Israel e Irã

No Conselho de Segurança, secretário-geral clama por cautela para que guerra não escale, enquanto os dois países disseram que têm o direito de se defender

Por Ricardo Ferraz Atualizado em 15 abr 2024, 08h05 - Publicado em 14 abr 2024, 19h03

O Conselho de Segurança da ONU se reuniu, em caráter de emergência,  neste domingo, 14, para discutir a guerra em Israel, após ataques do Irã ao país, na noite de sábado, 13.

O encontro terminou sem consenso, ou qualquer encaminhamento. Serviu apenas para que os lados envolvidos no conflito se posicionassem publicamente.  Na mesa, está o temor de uma escalada regional, com envolvimento de outros países com capacidade militar muito maior do que o grupo terrorista Hamas, na Faixa de Gaza.

O secretário-geral da entidade, António Guterres, fez um breve retrospecto dos fatos desde primeiro de abril, quando a embaixada do Irã na Síria foi atacada, em uma ação atribuída ao governo de Tel Aviv. Ele condenou tanto a ofensiva de Israel, quanto a resposta iraniana. “É hora de reduzir, ‘desescalar’ a situação e exercer o máximo de contenção”, afirmou.

Guterres  afirmou que o Oriente Médio “está à beira do abismo” e que há um perigo de um conflito em larga escala. “Civis já estão pagando o preço mais alto. Temos uma responsabilidade compartilhada de evitar uma nova escalada. A paz e a segurança estão sendo minadas a cada hora. Não podemos suportar outra guerra”, defendeu.

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Irã X Israel

A reunião foi solicitada pelo embaixador de Israel nas Nações Unidas, Gilad Erdan. Em sua fala, ele criticou duramente o Irã, afirmando que o país “ultrapassou todas as linhas vermelhas” em seu ataque e que Israel se reserva o direito de promover uma retaliação. Erdan solicitou ao Conselho que tomasse medidas severas contra o Irã, incluindo a adoção de sanções econômicas e declarações de condenação.

O representante de Israel também deu uma resposta ao argumento lançado pelos Estados Unidos de que uma resposta militar ao país persa não seria necessária, já que os danos maiores haviam sido impedidos. “O fato de a defesa aérea de Israel ter se mostrado superior não muda a brutalidade do ataque do Irã”, disse ele. Erdan fez ainda várias comparações entre o Irã e o nazismo, associando o regime do aiatolá iraniano ao 3º Reich.

Na sequência, Amir Saeid Iravani, embaixador do Irã na ONU,  respondeu ao representante israelense e defendeu as ações de seu país como “o direito inerente à autodefesa”. Iravani disse que o Irã “não busca escalada ou guerra na região” e “não tem intenção” de se envolver em conflito com os Estados Unidos, mas alertou que responderia proporcionalmente se Israel ou o exército dos EUA atacassem o país ou seus interesses.

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Tabuleiro geopolítco

Durante o encontro, a geopolítica mundial ficou evidente com as potências nucleares se alinhando contra e a favor do estado judaico, de acordo com seus interesses internacionais.

Em seu pronunciamento, o embaixador do Estados Unidos , Robert Wood, afirmou que Irã atacou o estado judaico com o objetivo de causar “dano e morte” e que a ação militar representou um risco para outros países na região. “O Conselho de Segurança tem a obrigação de não permitir que tais ações fiquem sem resposta”, declarou ressaltando que o governo de Joe Biden não tem interesse em uma escalada do conflito na região e que trabalha para estabelecimento da paz na Faixa de Gaza. “Nossas ações têm sido de natureza defensiva”, declarou.

Já o representante da Rússia, país aliado de Teerã, Vasily Nebenzya, defendeu o Irã e jogou  no Conselho de Segurança da ONU a responsabilidade pelo envolvimento do país na guerra, já que o órgão não condenou o ataque de Israel à embaixada iraniana na Síria. “O que aconteceu na noite de 13 de abril não foi no vácuo. O Irã agiu pela falta de ação do Conselho de Segurança”, declarou.

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Nebenzya também destacou que os países ocidentais têm se omitido ao não adotar uma postura mais aguerrida para garantir a paz na Faixa de Gaza: “hoje, testemunhamos uma mostra de hipocrisia e duplo padrão”, atacou.

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