A reunião informal de chanceleres do G20 que começa neste domingo no balneário mexicano de Los Cabos tenta destravar temas de governança internacional na ONU como mudanças climáticas, segurança alimentar e desenvolvimento sustentável.
O encontro “tenta desbloquear certos temas que normalmente são discutidos no âmbito das Nações Unidas”, disse à AFP um diplomata europeu.
O encontro, realizado antes da cúpula de chefes de Estado que acontecerá em junho, é o primeiro entre ministros das Relações Exteriores, que em sua primeira sessão de trabalho abordarão a governança internacional.
A chanceler mexicana, Patricia Espinosa, indicou que os governos participantes tentam aproveitar o capital político do grupo para destravar assuntos como desenvolvimento sustentável e segurança alimentar.
“A verdade é que temos uma série de compromissos que são adotados em nível político que infelizmente não estão se convertendo em ações no dia a dia na gestão dos assuntos internacionais em todos os âmbitos onde há grandes desafios em nível global”, acrescentou Espinosa.
A secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, que chegou no sábado a Los Cabos (oeste), tentará derrubar os obstáculos que em pleno século XXI comprometem as relações comerciais no mundo.
A União Europeia e, principalmente, a França querem discutir o tema do clima com o objetivo de proporcionar a criação de uma organização mundial do Meio Ambiente.
Participam da reunião 30 países, os integrantes do G20, oito convidados (Chile, Colômbia, Espanha, Azerbaijão, Argélia, Emirados Árabes, Noruega e Cingapura), assim como Benin, representante da União Africana, e Camboja, da Associação de Nações do Sudeste Asiático
Apesar disso, apenas nove países do G20 enviaram seus chanceleres, com as grandes ausências dos ministros de Rússia, China, Índia e Brasil, entre outros.
O encontro em um exclusivo balneário localizado na península da Baixa Califórnia Sul é realizado em meio às tormentas da crise financeira que afeta países da União Europeia.
Nesse sentido, Espinosa ressaltou que seu país, que preside o G20 desde novembro passado, tem “a oportunidade de ajudar a construir aqueles acordos que podem levar a superar esta crise e construir um melhor ambiente internacional”.
A chanceler mexicana defendeu “um consenso maior entre economias emergentes e desenvolvidas a fim de promover a estabilização e o crescimento da economia global”.
Os ministros de Finanças e os governadores dos bancos centrais do G20 se reúnem na próxima semana na Cidade do México em um encontro que tentará formar consensos para a ampliação dos recursos do Fundo Monetário Internacional para responder à crise, entre outros assuntos.