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Repressão na China: como polícia usa celulares contra manifestantes

Polícia tem rastreado cidadãos chineses pelo sinal de telefone emitido durante os protestos; Partido Comunista acionou nível mais alto de censura

Por Da Redação
2 dez 2022, 10h24

As autoridades na China estão usando dados de celulares para rastrear manifestantes que pedem pelo fim das severas restrições contra a Covid-19, de acordo com a gravação de uma ligação entre um cidadão que protestava e a polícia obtida pela rede CNN. 

Os policiais entraram em contato com algumas pessoas após atos contra o governo no último domingo e perguntaram sobre sua participação. Segundo relato de um manifestante, autoridades entraram em contato com ele na quarta-feira e revelou que conseguiu rastreá-lo pelo sinal de telefone gravado nas proximidades do protesto. 

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Na China, todos os usuários de celular são obrigados por lei a registrar seu nome real e o número de identificação nacional às empresas de telecomunicação. 

De acordo com a gravação, o policial disse que falava em nome do Departamento Municipal de Segurança Pública de Pequim e instruiu o cidadão a se apresentar a uma delegacia para ser interrogado e assinar um documento por escrito. 

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A nova medida para frear os protestos faz parte da “Resposta de Emergência na Internet de Nível 1”, o nível mais alto de censura e gerenciamento de conteúdo do Partido Comunista Chinês. 

Segundo diretrizes publicadas pelo China Digital Times, site de notícias com sede nos Estados Unidos, as autoridades foram ordenadas a adotar uma abordagem prática para identificar, lidar e relatar rapidamente informações sobre o que chamou de “distúrbios offline e eventos recentes de alto nível em várias províncias”. 

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As diretrizes ressaltam ainda para que os órgãos de repressão se atentem a datas específicas como o Dia dos Direitos Humanos e o Dia Internacional Anticorrupção, além de ordenar que as plataformas de comércio eletrônico “limpem” a disponibilidade de produtos e aplicativos e “conteúdo prejudicial” projetado para contornar as restrições da Internet, como VPNs e roteadores que contornam o firewall.

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A atual onda de protestos na China é a maior desde o movimento pró-democracia na Praça Tiananmen, em 1989. Desde que chegou ao poder em 2012, o presidente chinês Xi Jinping instituiu um forte controle sobre a vida social da população e construiu um estado de vigilância de alta tecnologia. 

Nesta semana, os meios de controle agiram rapidamente para suprimir os protestos que varreram o país por meio de forte presença policial em todos os locais planejados para receber atos. 

Em Xangai, onde ocorreram algumas das manifestações mais ousadas, a polícia vasculhou os celulares dos moradores em busca de VPNs que podem ser usadas para burlar o firewall de internet da China e aplicativos como Twitter e Telegram, que são proibidos em todo o território mas estão sendo usados pelas pessoas. 

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Em fala à CNN, um cidadão disse que foi instruído a entregar seu aparelho e senha à polícia como evidência, enquanto outro recebeu o celular de volta após confisco, mas teve o álbum de fotos e o aplicativo de mensagens Wechat excluídos. 

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