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China planeja flexibilizar restrições da Covid-19 após semana de protestos

Cresceram as expectativas de que a China acabe com a política de Covid Zero ainda neste ano e reabra fronteiras em 2023

Por Da Redação
1 dez 2022, 10h39

Desde o sábado 26, a China foi tomada por protestos contra a política de Covid Zero do país, que institui duras medidas de restrição para impedir a disseminação do coronavírus. Em um sinal de que o governo ainda responde, mesmo que por vias tortas, às demandas da população, uma série de agências internacionais de notícias passou a reportar, nesta quinta-feira, 1, que o Estado deve anunciar uma série de flexibilizações nos protocolos de quarentena, bem como uma redução nos testes em massa.

A China continua registrando recordes nos casos diários de Covid-19, mas algumas cidades, como Guangzhou, já começaram a relaxar restrições. Além disso, um alto funcionário disse à agência de notícias Reuters que a capacidade do vírus de causar doenças está enfraquecendo.

As autoridades, contudo, não mencionaram os protestos – a maior demonstração de desobediência civil na China em anos – ao falar sobre a flexibilização da política de Covid Zero.

As medidas a serem divulgadas incluem uma redução nos testes em massa, bem como medidas para permitir que pessoas infectadas e aquelas que tiveram contato com a doença se isolem em casa sob certas condições. Muito diferente dos protocolos anteriores, que bloqueavam comunidades inteiras, às vezes por semanas, após apenas um caso registrado.

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A população já estava frustrada com os constantes lockdowns, mas no sábado 26 começaram manifestações públicas nunca vistas desde que o presidente Xi Jinping assumiu o poder em 2012. O movimento ocorre, também, enquanto a economia entra em uma nova era de crescimento muito mais lento do que o padrão das últimas décadas.

Embora a mudança de tom em relação à política de Covid Zero pareça uma resposta ao descontentamento público com medidas rígidas, as autoridades também agiram para identificar e conter os manifestantes. O China Dissent Monitor, administrado pela Freedom House, financiada pelo governo dos Estados Unidos, estimou que pelo menos 27 manifestações ocorreram em toda a China de sábado a segunda-feira. O think tank australiano ASPI estimou 51 protestos em 24 cidades.

Novas regras

Menos de 24 horas após violentos protestos na cidade de Guangzhou, na terça-feira 29, as autoridades em pelo menos sete distritos suspenderam os lockdowns temporários. Um distrito disse que permitiria a reabertura de escolas, restaurantes e empresas, incluindo cinemas.

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Cidades como Chongqing e Zhengzhou também anunciaram flexibilizações.

A vice-primeira-ministra Sun Chunlan, que supervisiona a política de Covid Zero, disse em uma reunião nesta quinta-feira que a variante Omicron estava perdendo a capacidade de causar doenças, permitindo que a China melhorasse os esforços de prevenção.

“Depois de quase três anos lutando contra a epidemia, o sistema médico e de saúde de nosso país resistiu ao teste”, disse ela, segundo a agência oficial de notícias Xinhua.

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“A taxa de vacinação de toda a população excede 90% e a conscientização e qualidade da saúde pública melhorou significativamente”, disse ela.

A mídia estatal informou que Sun disse um dia antes que a China estava enfrentando uma “nova situação” em sua resposta à Covid-19 e pediu mais “otimização” das políticas de teste, tratamento e quarentena.

A menção ao enfraquecimento da patogenicidade do vírus contrasta com as mensagens anteriores da ministra sobre a letalidade do vírus.

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“O discurso (anterior) de Sun, além da notável flexibilização das medidas de controle da Covid-19 em Guangzhou ontem, envia mais um forte sinal de que a política de Covid Zero terminará nos próximos meses”, disseram analistas da Nomura.

Na capital, Pequim, algumas comunidades começaram a se preparar para as mudanças. No leste da cidade, uma delas realizou uma pesquisa online nesta semana sobre a possibilidade de fazer quarentena, ao invés de centros de quarentena, segundo moradores.

Início da reabertura?

Cresceram as expectativas em todo o mundo de que a China, embora ainda tente conter infecções, possa reabrir suas fronteiras em algum momento do próximo ano, assim que atingir melhores taxas de vacinação entre os idosos.

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As ações e os mercados chineses em todo o mundo caíram inicialmente após os protestos do fim de semana em Xangai, Pequim e outras cidades, mas depois se recuperaram na esperança de que a pressão pública pudesse levar a uma nova abordagem das autoridades.

Mais surtos de Covid-19 podem pesar sobre a atividade econômica da China no curto prazo, disse o Fundo Monetário Internacional nesta quarta-feira 29, mas analisa que uma mudança nas políticas podem permitir a retomada do crescimento econômico em 2023.

As rígidas medidas de contenção da China prejudicaram a atividade econômica doméstica este ano e se espalharam para outros países por meio de interrupções na cadeia de suprimentos.

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