Um relatório produzido pelo opositor russo Boris Nemtsov, assassinado a tiros em fevereiro, e divulgado nesta terça-feira por seus aliados afirma que ao menos 220 soldados da Rússia foram mortos enquanto atuavam na guerra civil ucraniana. “Os indícios fornecidos pelas fontes com as quais Nemtsov iniciou seu trabalho nos permitiram concluir que todos os avanços militares bem-sucedidos dos separatistas foram assegurados pelo Exército russo”, disse Ilya Yashin, um dos autores do documento de 65 páginas intitulado “Putin. Guerra”. Segundo o jornal Daily Telegraph, Nemtsov estava investigando o papel de militares russos nos conflitos travados em Donbas, no leste da Ucrânia, quando foi morto.
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Os aliados do opositor suspeitam que as investigações podem ter motivado o seu assassinato. Após a morte de Nemtsov, seus colegas concluíram as investigações sobre o papel de Moscou no conflito ucraniano e finalizaram o documento. “Queremos contar a verdade. Queremos dizer às pessoas que o presidente da Rússia, que controla armas nucleares e chefia um país enorme, está mentindo para a população russa e para todo o mundo”, declarou Yashin.
Relatórios dos serviços de inteligência ocidentais já indicavam que o Kremlin teve envolvimento direto no conflito desencadeado no leste da Ucrânia ao armar separatistas pró-Moscou e fornecer apoio logístico aos rebeldes. Tropas russas, armas de artilharia e veículos de guerra também foram deslocados para a fronteira entre os países. Embora o presidente Vladimir Putin negue as acusações que pesam contra ele, os Estados Unidos e a União Europeia decidiram aplicar fortes sanções contra a economia russa e funcionários do governo local devido ao envolvimento de Moscou no conflito. Um frágil cessar-fogo está em vigor na Ucrânia desde fevereiro, mas confrontos entre o Exército de Kiev e os separatistas continuam sendo registrados. Desde abril de 2014, mais de 6.200 pessoas já foram mortas no conflito ucraniano.
(Da redação)