Relatório da ONU acusa Israel de violar direitos humanos na Cisjordânia
Agência da ONU para os direitos humanos cita detenções arbitrárias, torturas e maus-tratos contra palestinos na área ocupada
Um relatório das Nações Unidas publicado nesta quinta-feira, 28, apontou para uma “rápida deterioração” dos direitos humanos empregada pelas Forças de Defesa de Israel (FDI) na Cisjordânia ocupada e cobrou uma resposta imediata das autoridades israelenses.
O documento, desenvolvido pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), afirma que 300 palestinos foram mortos na área ocupada desde o início da operação militar de 7 de outubro, sendo a maioria em decorrência das ações orquestradas pelo Exército israelense.
“O uso de meios e armas táticas militares em contextos de aplicação da lei, o uso de força desnecessária ou desproporcional e a aplicação de restrições de movimento amplas, arbitrárias e discriminatórias que afetam os palestinos são extremamente preocupantes”, disse o chefe do ACNUDH, Volker Türk.
“Apelo a Israel para que tome medidas imediatas, claras e eficazes para pôr fim à violência dos colonos contra a população palestiniana, para investigar todos os incidentes de violência por parte dos colonos e das Forças de Segurança Israelitas, para garantir a proteção eficaz das comunidades palestinas”, acrescentou.
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Segundo o gabinete do ACNUDH, foram registradas detenções arbitrárias em massa, detenções ilegais e casos de denúncias de tortura e outras formas de maus-tratos aos cerca de 4.785 palestinos detidos na Cisjordânia.
“Alguns foram despidos, vendados e contidos durante longas horas com algemas e com as pernas amarradas, enquanto os soldados israelenses pisavam-lhes a cabeça e as costas, eram cuspidos, atirados contra paredes, ameaçados, insultados, humilhados e, em alguns casos, sujeitos a violência sexual e violência baseada de gênero”, denunciou o ACNUDH.
As autoridades israelenses não responderam imediatamente ao relatório, de acordo com a agência de notícias Reuters. A ocupação da Cisjordânia é justificada como uma medida preventiva contra os militantes do Hamas.
Até agora, Israel alega que dezenas de milhões de shekels (a moeda local), cofres, documentos, sistemas de gravação e telefones que se destinavam a “financiar o terrorismo do Hamas” foram confiscados por lá.