Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Reino Unido falhou em evitar interferência russa no Brexit, diz relatório

Investigação retrata Rússia como potência hostil que representa ameaça em frentes como espionagem cibernética, interferência eleitoral e lavagem de dinheiro

Por Julia Braun Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 21 jul 2020, 10h53 - Publicado em 21 jul 2020, 10h02
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O Reino Unido falhou em subestimar a possibilidade de interferência da Rússia na votação do Brexit, que definiu a saída do país da União Europeia (UE) em 2016, indica um relatório elaborado pelo Parlamento britânico divulgado nesta terça-feira, 21. O documento foi publicado em um contexto de relações tensas entre Londres e Moscou.

    O relatório, de 50 páginas, foi redigido pela Comissão Parlamentar de Inteligência e Segurança (ISC) e aborda suspeitas de interferência na campanha do referendo de 2016, vencido pelo Brexit com 52% dos votos. Sua publicação coincide com a visita a Londres do secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo.

    Segundo o documento, a inteligência britânica “tirou os olhos da bola” ao investigar a ameaça russa e “falhou em preparar” o Reino Unido contra a possível interferência no referendo, mesmo com a “preponderância de conteúdo pró-Brexit e contra a União Europeia” na mídia russa.

    O Parlamento aponta também que existem fontes de código aberto segundo as quais a Rússia tentou influenciar a campanha do Brexit, mas que o governo britânico não procurou indícios profundos de intromissão.

    O relatório retrata a Rússia como uma potência hostil que representa uma ameaça considerável para o Reino Unido e o Ocidente em várias frentes, da espionagem e da cibernética à interferência eleitoral e à lavagem de dinheiro. “Parece que a Rússia considera o Reino Unido um de seus principais alvos ocidentais de inteligência”, disse o relatório.

    Continua após a publicidade

    Na quinta-feira passada, o Reino Unido apontou que “atores russos” poderiam ter interferido na campanha das eleições legislativas de dezembro de 2019, depois do vazamento na internet de documentos relacionados às negociações entre Londres e Washington sobre um futuro acordo comercial pós-Brexit. O relatório afirma ainda que Moscou interferiu no referendo que a Escócia realizou para decidir sua independência em 2014.

    Londres também acusou os serviços de inteligência russos de estarem atrás de uma série de ataques cibernéticos com o objetivo de roubar dados de uma pesquisa sobre uma possível vacina contra o novo coronavírus. De acordo com a agência governamental britânica responsável pela segurança cibernética, um grupo de ‘hackers’ russos atacou organizações britânicas, canadenses e americanas para roubar suas investigações sobre uma vacina contra o vírus SARS-CoV2. O Kremlin rejeitou essa denúncia, dizendo que eram “alegações sem fundamento”.

    O comitê retrata a Rússia como uma fonte de dinheiro corrupto que foi bem recebido em Londres, a principal capital financeira do mundo. “O Reino Unido tem sido visto como um destino particularmente favorável para oligarcas russos e seu dinheiro.” O relatório parlamentar tem ainda muitos trechos em que trata do referendo do Brexit censurados, e existe um anexo confidencial que não foi publicado, mas os parlamentares pediram uma investigação adequada.

    Continua após a publicidade

    O Kremlin disse que a Rússia nunca interveio nos processos eleitorais de outro país. A Rússia negou diversas vezes qualquer intromissão no Ocidente, afirmando que os Estados Unidos e o Reino Unido sofrem de uma histeria anti-Rússia.

    A comissão de investigação e segurança iniciou sua investigação em novembro de 2017 e entregou seu relatório ao primeiro-ministro em outubro passado. No início de novembro, o governo foi criticado por não querer publicá-lo antes das eleições de 12 de dezembro, que os conservadores venceram confortavelmente sob a liderança do primeiro-ministro Boris Johnson. Naquela época, o Executivo garantiu que optara por não divulgar o relatório por razões de segurança nacional.

    A investigação da ISC procurou responder às preocupações levantadas pela suposta interferência nas eleições de 2016 nos Estados Unidos e o impacto das campanhas de desinformação da Rússia. A então primeira-ministra britânica Theresa May acusou a Rússia de espalhar “histórias falsas” para “semear discórdia no Ocidente e minar nossas instituições”.

    Continua após a publicidade

    As relações entre Londres e Moscou esfriaram desde o envenenamento, em solo britânico, do ex-agente russo Serguei Skripal, na cidade de Salisbury (sudoeste), em março de 2018. A Rússia negou qualquer envolvimento, mas o caso levou a uma onda de expulsão de diplomatas entre Londres e seus aliados e Moscou.

    (Com Reuters e AFP)

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.