O governo do Reino Unido descartou a ideia de tornar obrigatória a apresentação de passaportes da vacinação contra a Covid-19 para a entrada em bares e restaurantes no país. A análise do governo provavelmente recomendará que os documentos sejam exigidos apenas para eventos maiores, como shows e feiras.
Os planos para o uso dos chamados passaportes para vacinas geraram revolta entre os parlamentares conservadores, embora o primeiro-ministro Boris Johnson tenha sugerido em várias entrevistas que apoiava seu uso.
Mas nesta quarta-feira, 28, fontes do gabinete do premiê confirmaram ao jornal The Guardian que o governo planeja exigir os certificados da Covid-19 – que incluiriam comprovante de vacinação, um teste recente para anticorpos ou teste positivo para a doença – apenas para eventos maiores em locais como teatros, salas de música ou arenas esportivas.
O gabinete deve apresentar um plano inicial sobre o tema para Parlamento ainda nesta semana. O plano ainda pode ser modificado e o governo não excluiu a possibilidade de proprietários de restaurantes fazerem seus próprios julgamentos sobre os termos de entrada.
O governo agora investiga se os locais que exigirem certificação na entrada poderiam relaxar as regras de distanciamento social – um regulamento que seria um grande incentivo para locais que operam com capacidade muito menor sob as restrições atuais.
Michael Gove, ministro-chefe do gabinete, e o vice-diretor médico da Inglaterra, Jonathan Van-Tam, visitaram Israel recentemente para estudar o sistema de passes verdes do país, que é usado para entrar em todos os restaurantes, bares, academias, hotéis, teatros e outros locais. O passe não é obrigatório para pessoas sentadas ao ar livre.
O Reino Unido está trabalhando na criação de um passaporte digital de vacinação contra a Covid-19, seguindo os passos da União Europeia, que vê a medida como essencial para permitir o turismo na região durante o verão.
A iniciativa foi revelada nesta quarta-feira, 28, pelo secretário de Transportes do Reino Unido, Grant Shapps. Segundo ele, o passaporte terá como base um aplicativo já existente do Serviço Nacional de Saúde.
Shapps afirmou que pretende revelar mais detalhes do passaporte digital nas próximas semanas. O Reino Unido está elaborando uma “lista verde” de destinos que os britânicos poderão visitar nos próximos meses, quando o primeiro-ministro Boris Johnson deve liberar as viagens internacionais de turismo.