Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Regime sírio ataca Homs com mais força frente à inoperância da diplomacia

Por -
14 fev 2012, 17h35

O regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, lançou nesta terça-feira um dos ataques mais violentos contra a cidade rebelde de Homs, “alentado”, segundo a ONU, pelo fracasso dos países ocidentais e árabes em pôr fim ao derramamento de sangue.

No total 23 pessoas, incluindo 17 civis, foram mortas nesta terça-feira pelas forças regulares ou em combates entre desertores e soldados do Exército, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

“Seis pessoas morreram nos bombardeios” em Homs, cidade que sofreu nesta terça o pior ataque com artilharia dos últimos cinco dias, acrescentou.

A incapacidade do Conselho de Segurança da ONU de chegar a um acordo sobre uma ação coletiva “alentou o governo sírio a lançar um ataque com o objetivo de esmagar a dissidência”, considerou na segunda-feira a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay.

A chanceler alemã, Angela Merkel, mencionou a possibilidade de novas sanções europeias contra o governo sírio, e afirmou que a União Europeia apoia a “posição firme” da Liga Árabe.

Na terceira maior cidade da Síria, onde mais de 300 pessoas morreram desde 4 de fevereiro em um “ataque indiscriminado contra zonas civis”, segundo a ONU, o tempo corre e a crise humanitária é cada vez mais intolerável.

“A situação é trágica”, disse à AFP Hadi Abdullah, militante do “Conselho da Revolução” em Homs, que acrescentou que muitas pessoas estão “amontoadas em refúgios” e “os mortos estão enterrados há uma semana nos jardins, porque é perigoso demais ir ao cemitério”.

Continua após a publicidade

Frente ao agravamento da crise, as condenações se sucedem, mas sem que se possa vislumbrar uma verdadeira saída.

Na segunda-feira, o presidente americano, Barack Obama, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, “chegaram a um acordo sobre a necessidade de uma coordenação estreita para aumentar a pressão sobre o regime”, enquanto a secretária de Estado americana Hillary Clinton considerou “lamentável que o regime tenha intensificado a violência”.

Já as Nações Unidas afirmaram que certamente as forças sírias cometeram crimes contra a Humanidade reprimindo há onze meses a onda de contestação popular hostil ao regime, com um registro de mais de 6.000 mortos, segundo os militantes.

Nesta terça-feira, a Chancelaria síria rejeitou “categoricamente” as acusações de “crimes contra a Humanidade” feitas por Pillay.

Em uma carta à ONU, a Chancelaria acusou a Alta Comissária para os Direitos Humanos de “ser manipulada por alguns países que desejam danificar a Síria e que ignoram os crimes terroristas cometidos pelo grupos armados”.

A comunidade internacional está profundamente dividida em relação à crise síria, e ainda mais com respeito a uma força de paz na Síria proposta no domingo pela Liga Árabe.

Continua após a publicidade

Paris advertiu para uma ação “de caráter militar”, Moscou exige um cessa-fogo prévio generalizado e Washington o considera complicado.

A Rússia, aliada de Damasco, e a China bloqueiam uma resolução de condenação à repressão na Síria, e inclusive utilizaram em duas oportunidades seu direito de veto no Conselho de Segurança.

O emissário chinês Li Hiaxin se reuniu nesta terça-feira com o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al-Arabi, segundo Pequim, para dizer que não protege “nenhuma das partes, incluindo o governo” de Damasco.

Nesta semana, árabes e ocidentais farão uma nova tentativa de condenar Damasco. Desta vez na Assembleia Geral da ONU, órgão consultivo onde não existe veto. Espera-se que Moscou e Pequim se oponham mais uma vez a este projeto, preparado por Arabia Saudita e Qatar, muito similar ao texto bloqueado pelo duplo veto no dia 4 de fevereiro.

Outra etapa deste programa é a “Conferência dos amigos da Síria”, que a Tunísia propôs que seja organizada em 24 de fevereiro.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.