Sydney (Austrália), 2 jan (EFE).- O ditador de Fiji, o comodoro Frank Bainimarama, anunciou a retirada da lei marcial, que concede poderes especiais aos militares e submete os meios de comunicação a uma ferrenha censura, informou nesta segunda-feira a imprensa local.
Em sua mensagem de Ano Novo, Bainimarama disse que a partir do dia 7 de janeiro será cancelada a Lei de Emergência Pública, introduzida em 2009 quando os tribunais declararam ilegal o golpe de Estado que depôs o Governo do primeiro-ministro Laisenia Qarase em 2006.
Bainimarama acrescentou que a medida servirá para facilitar o processo, que será anunciado ‘nas próximas semanas’, para a redação de uma nova Constituição, segundo a edição digital de ‘The Fiji Times’.
‘A Constituição deve estabelecer um Governo baseado em um sistema eleitoral que garanta um verdadeiro sistema democrático baseado no princípio de uma pessoa, um voto’, disse Bainimarama.
‘Devemos lembrar que a ordem pública, a proteção dos vulneráveis e a salvaguarda da economia será sempre a prioridade. Como nação, seremos intolerantes contra os que buscam refúgio e poder político nas divisões religiosas e étnicas’, acrescentou.
Após a decisão da magistratura contrária ao golpe de Estado, os militares cessaram os juízes, suspenderam a Constituição e declararam o estado de exceção.
Bainimarama prometeu eleições democráticas em 2014, o que valeu a Fiji a suspensão na Commonwealth, que esperava que se realizassem em 2009, e sanções de Nova Zelândia, Austrália, União Europeia e Estados Unidos.
Fiji é um país do Pacífico sul de pouco mais de 800 mil habitantes, que viveu quatro golpes de estado desde sua independência, em 1970, produto da desigual divisão de poder entre a majoritária comunidade de origem fijiana e a descendente dos imigrantes indianos levados ao país para trabalhar nas plantações. EFE
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