Cerca de 350 de refugiados sírios resgatados por um transatlântico na costa do Chipre se recusam a deixar a embarcação. O grupo, que inclui 52 crianças, estava à deriva em um barco no Mediterrâneo nesta quinta-feira quando foi resgatado pelo navio de cruzeiro “Salamis Filoxenia”. Só que as pessoas não quiseram desembarcar no porto cipriota de Limasol.
O diretor da empresa responsável pela embarcação, Kikis Vassiliou, afirmou que os refugiados querem ser levados para a Itália. Ele disse que a empresa atendeu a uma solicitação das autoridades de busca e resgate do Chipre para auxiliar na operação de salvamento do barco à deriva no momento em que o transatlântico estava retornando das ilhas gregas, informou a agência de notícias Associated Press.
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A mudança inesperada no desenrolar da história, no entanto, causou prejuízos à companhia de cruzeiros. A empresa teve de cancelar uma viagem de turistas russos para Haifa a bordo do navio. “Nós fizemos de tudo para salvar a vida deles, para dar comida e apoio e agora eles querem destruir esta empresa”, reclamou o diretor.
Segundo a AP, equipes médicas e policiais estavam aguardavam no porto a chegada da embarcação. Um pequeno grupo de pessoas desembarcou para negociar com as autoridades, mas acabou voltando a bordo. Vários adultos e crianças deixaram o navio e um homem foi levado pela polícia algemado.
Também houve uma tentativa de convencer as pessoas a desembarcarem com o argumento de que as autoridades fariam todo o possível para enviar a outros países europeus os que atendessem aos critérios exigidos.
Ao longo do ano, dezenas de milhares de pessoas cruzaram o Mediterrâneo ilegalmente em direção à Europa. Centenas morreram em naufrágios. Muitos são refugiados sírios que fogem da guerra civil que assola o país desde 2011.
(Com agência France-Presse)