Referendo sobre soberania das Malvinas ocorrerá em março
Votação definirá status de território disputado por Argentina e Grã-Bretanha
As autoridades das ilhas Malvinas marcaram para 11 e 12 de março a realização de um referendo para definir seu status político. O arquipélago, administrado pela Grã-Bretanha desde 1833, é motivo de tensão com o governo argentino, que reclama a soberania das ilhas.
Durante esses dois dias, os moradores das Malvinas poderão responder “sim” ou “não” à pergunta “você deseja que as ilhas Malvinas conservem seu status político atual como um território ultramarino do Reino Unido?”.
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A realização do referendo havia sido anunciada pelo primeiro-ministro britânico David Cameron em 12 de junho do ano passado. O governo britânico espera que o “sim” vença com 100% dos votos, o que poderia desencorajar a Argentina em sua tentativa de retomar o território – discurso que se tornou mais frequente desde o 30º aniversário do início da guerra das Malvinas, em abril do ano passado.
Nas últimas semanas, o premiê britânico declarou estar disposto a lutar pelas ilhas onde vivem aproximadamente 3.000 pessoas – também há 1.500 soldados britânicos em uma base permanente no território. O jornal inglês The Telegraph publicou reportagem esta semana afirmando que a defesa britânica considera ampliar o efetivo militar na ilha antes da realização do referendo. Além dos 1.500 soldados, quatro jatos Typhoon da Força Aérea Real também estão nas Falklands. Há quase um ano, o príncipe William trabalhou uma missão de seis semanas na ilha, o que o governo argentino considerou uma “provocação“.
O La Nación lembra que a ONU não reconhece o direito de autodeterminação das ilhas, por se tratar de um caso especial de descolonização no qual as negociações envolvendo a soberania do território devem ser realizadas entre Argentina e Reino Unido. As Nações Unidas já convidaram os dois países a dialogar sobre a questão.