O ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, condenou a decisão de quatro países europeus de iniciar o reconhecimento de um Estado palestino, dizendo nesta segunda-feira, 25, que isso constituiria um “prêmio para o terrorismo”.
O que aconteceu?
Na última sexta-feira, 22, a Espanha anunciou que, em nome da paz no Oriente Médio, tinha concordado com Irlanda, Malta e Eslovênia em dar os primeiros passos para legitimar a Cisjordânia e a Faixa de Gaza como um país para os palestinos. Gaza está há muito tempo sob o domínio do grupo terrorista islâmico Hamas, em guerra com Israel, enquanto a Cisjordânia é povoada por extensos assentamentos israelenses.
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A resposta de Tel Aviv
“O reconhecimento de um Estado palestino após o massacre de 7 de outubro envia uma mensagem ao Hamas e a outras organizações terroristas palestinas de que os ataques terroristas assassinos contra israelenses serão retribuídos com gestos políticos”, disse o ministro Katz no X, antigo Twitter.
“A resolução do conflito só será possível através de negociações diretas entre as partes. Qualquer compromisso com o reconhecimento de um Estado palestino apenas distancia a obtenção de uma resolução e aumenta a instabilidade regional”, completou.
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Impasse com aliados
O chanceler de Israel não especificou que tipo de resolução tinha em mente. O país, cujo governo é liderado por uma coalizão que inclui partidos radicais de extrema direita anti-árabes e pró-ocupação em Gaza e na Cisjordânia, há muito descarta a criação de um Estado palestino.
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A postura colocou Tel Aviv em conflito com diversas potências ocidentais que apoiam o seu objetivo de derrotar o Hamas na guerra, às vésperas de completar seis meses, mas buscam negociar um projeto diplomático pós-guerra para trazer estabilidade à região.