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Rebeldes tuaregues anunciam fim de cessar-fogo no Mali

Pacto havia sido firmado em junho para viabilizar eleição presidencial no país

Por Da Redação
29 nov 2013, 22h31

Os rebeldes tuaregues do Mali anunciaram nesta sexta-feira que o acordo de cessar-fogo firmado com o governo em junho deste ano não está mais em vigor. O acordo foi firmado depois de dezoito meses de conflitos que levaram a França a intervir no país africano para evitar que ele caísse nas mãos de terroristas.

O fim da trégua ocorre um dia depois de confrontos entre tropas de segurança e tuaregues durante um protesto que impediu a visita do primeiro-ministro Oumar Tatam Ly à cidade de Kidal, no norte. Um integrante do Movimento Nacional de Libertação de Azawad (MNLA) afirmou que o conflito “foi uma declaração de guerra”.

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Entenda o caso

  1. • No início de 2012, militantes treinados na Líbia impulsionam uma grande revolta dos tuaregues no norte do Mali. Em março, o governo sofre um golpe de estado.
  2. • Grupos salafistas, com apoio da Al Qaeda, aproveitam o vácuo de poder para tomar o norte do país – onde impõem um sistema baseado nas leis islâmicas da ‘sharia’.
  3. • Em janeiro de 2013, rebeldes armados, com ideais bastante heterogêneos, iniciam uma ofensiva em direção ao sul do Mali, e o presidente interino, Dioncounda Traoré, pede socorro à França.
  4. • Com o aval das Nações Unidas, François Hollande envia tropas francesas e dá início a operações aéreas contra os salafistas, numa declarada guerra contra o terrorismo.

O cessar-fogo foi acordado para viabilizar a realização da primeira eleição após o golpe de estado do ano passado. O pleito foi realizado em 28 de julho, mas o resultado só foi conhecido em agosto. Ibrahim Boubacar Keita, de 68 anos, foi eleito no segundo turno com 78% dos votos, contra 22,4% de seu adversário Soumaila Cissé. Entre outras medidas, o pacto previa o desarmamento completo dos tuaregues, como parte de um amplo processo.

As tensões, no entanto, nunca se desfizeram por completo no Mali. Havia uma grande oposição nos redutos governistas a qualquer concessão ao principal grupo rebelde, o MNLA, acusado de abrir as portas do país para terroristas.

Após o golpe de estado, a ausência de um poder centralizado facilitou a ação de fundamentalistas islâmicos associados a tuaregues. Em janeiro, quando o presidente francês, François Hollande decidiu enviar um contingente do Exército para intervir na ex-colônia, o norte já estava tomado.

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Durante a intervenção, os militares obtiveram alguns ganhos territoriais. Hollande aprovou uma retirada gradual do país, com apenas um pequeno número de soldados permanecendo na região para coordenar as operações de uma força de paz criada pelas Nações Unidas.

A ofensiva, contudo, também trouxe represálias para os franceses. Ataques jihadistas em protesto contra a intervenção no Mali se tornaram comuns. Além disso, civis franceses que estavam na região foram marcados como alvos dos movimentos terroristas. No início deste mês, o governo do Mali anunciou que 35 pessoas haviam sido presas por envolvimento no sequestro e assassinato de dois jornalistas da Radio France Internacional (RFI). A Al Qaeda no Magreb Islâmico (AQMI), uma célula do grupo fundamentalista fundado por Osama Bin Laden, assumiu a autoria do crime.

Prisão – O general Amadou Sanogo, responsável por liderar o golpe de estado no Mali, foi preso na quarta-feira sob a acusação de torturar e assassinar soldados que contestaram uma promoção que lhe foi dada no Exército pelo governo interino que antecedeu o presidente Keita, informou o jornal The Guardian. Oficialmente, as autoridades só confirmam o indiciamento de Sanogo por cumplicidade em um sequestro. Grupos de direitos humanos, no entanto, já vinham denunciando os abusos cometidos pelo general há muito tempo.

(Com agência Reuters)

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