Quem são os deputados republicanos que apoiam o impeachment de Trump
Alguns deputados do partido do presidente se dizem a favor do impeachment que será votado nesta quarta-feira
Enquanto a Câmara se preparava para avançar nesta quarta-feira, 13, com uma votação para acusar formalmente o presidente Donald Trump de incitar à violência contra o governo dos Estados Unidos, um pequeno mas crescente número de republicanos se posicionou a favor do esforço. Deputados da legenda já indicaram que não farão lobby contra a votação do impeachment na Câmara nesta quarta-feira, 13. Assessores próximos ao líder da maioria no Senado, o republicano Mitch McConnell, inclusive confirmam que ele apoia a iniciativa.
A votação está marcada para acontecer exatamente uma semana depois que o Capitólio dos Estados Unidos foi violado por uma multidão furiosa de leais a Trump.
Em 2019, nem um único republicano votou a favor do impeachment, mas líderes republicanos da Câmara disseram que, desta vez, não vão pressionar ou orientar correligionários formalmente contra o voto pelo afastamento.
O deputado John Katko, de Nova York, foi o primeiro republicano a anunciar publicamente que apoiaria os procedimentos de impeachment.
“Não se pode ignorar que o presidente Trump encorajou essa insurreição — tanto nas redes sociais antes de 6 de janeiro quanto em seu discurso naquele dia”, disse o ex-promotor público federal em um comunicado.
A deputada Liz Cheney de Wyoming, a terceira republicana da Câmara, disse na noite de terça-feira que votaria pelo impeachment, citando o papel do presidente em uma insurreição que causou “morte e destruição no espaço mais sagrado de nossa República”. Filha do ex-vice-presidente e também republicano Dick Cheney, ela é uma estrela em ascensão dentro do partido.
Fred Upton, de Michigan, divulgou uma declaração dizendo que votaria pela destituição depois que o presidente Trump “não expressou arrependimento” pelo que aconteceu no Capitólio.
Já Adam Kinzinger, de Illinois, um crítico frequente a Trump, juntou-se a seus colegas republicanos na noite de terça-feira, dizendo que o país estava em águas desconhecidas. Ele reiterou a afirmação de que Trump “encorajou uma multidão enfurecida a invadir o Capitólio dos Estados Unidos para interromper a contagem dos votos eleitorais”.
A moderada Herrera Beutler, do estado de Washington, disse em comunicado que “as ofensas do presidente, em minha leitura da Constituição, foram impugnáveis com base nas evidências indiscutíveis que já temos. ”
Ela considera que o presidente violou seu juramento de posse com seus atos. “O presidente divulgou uma denúncia patética da violência que também serviu de piscadela e aceno de cabeça para aqueles que a perpetuaram: ’Eu amo vocês’, ele disse aos manifestantes, ‘vocês são especiais ’”.
Assessores próximos ao líder da maioria no Senado, o republicano Mitch McConnell, confirmam que ele também apoia a iniciativa de impeachment. McConnell concluiu que o presidente cometeu crimes passíveis de afastamento e acredita que o processo facilitará sua expulsão do partido, reporta o jornal americano The New York Times.
Segundo a emissora Fox News, o mais poderoso republicano do Congresso disse que está “farto” e “furioso” com Trump. McConnell também indica que este segundo processo não é marcado pelo partidarismo, como ele acredita que o primeiro foi, e que pode ajudar os republicanos a livrarem-se do trumpismo.
Contudo, ainda não está claro se, caso o inquérito seja aprovado na Câmara (como é esperado), ele votará a favor da condenação no Senado.