Brasília, 1 ago (EFE).- O Supremo Tribunal Federal julgará a partir desta quinta-feira os 38 acusados de participar do maior escândalo de corrupção da política brasileira, o mensalão, que abalou o governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Entre os processados há membros do PT e de outros quatro partidos da atual coalizão governista: PMDB, PP, PTB e PR, fundado em 2006 após o fim do PL, um dos mais envolvidos na trama.
No início eram 40 processados, mas o ex-secretário geral do PT, Sílvio Pereira, fez um acordo para retirar a acusação em troca da prestação de serviços comunitários; e o ex-deputado do PP, José Janene, morreu em 2010.
As penas podem variar entre 1 e 45 anos de prisão. Os 38 acusados e as acusações pelas quais respondem são:
– José Dirceu: ex-ministro e principal articulador do governo Lula e do PT. Renunciou por causa dos escândalos e perdeu depois sua cadeira de deputado. É citado como ‘chefe do bando’ e acusado de corrupção ativa, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e desvio.
– Luiz Gushiken: ex-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência e antigo coordenador de campanhas do PT. Acusado de desvio.
– José Genoino: ex-presidente do PT e atual assessor do Ministério da Defesa. Acusado de corrupção ativa e formação de quadrilha.
– Delúbio Soares: Tesoureiro do PT na época do escândalo. Acusado de corrupção ativa e formação de quadrilha.
– João Paulo Cunha: Ex-presidente da Câmara dos Deputados, onde ocupa atualmente uma cadeira pelo PT. Acusado de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e desvio.
– Roberto Jefferson: Presidente do PTB. Como deputado denunciou o assunto ao revelar que o PT havia ‘comprado’ o apoio de seu partido e a dezenas de deputados de outras formações. Acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
– Duda Mendonça: Publicitário. Coordenou a campanha de Lula à Presidência em 2002. Confessou que parte do pagamento foi depositado pelo PT em contas em paraísos fiscais. Acusado de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
– Zilmar Fernandes: Sócia de ‘Duda’ Mendonça. Acusada de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
– Anderson Adauto: ex-ministro de Transportes e atual prefeito de Uberaba, membro do antigo PL e hoje do PR. Acusado de corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
– José Luiz Alves: Chefe de gabinete de Adauto no Ministério de Transportes. Acusado de lavagem de dinheiro.
– Marcos Valério Fernandes: Publicitário. Dono da empresa SMP&B e considerado o articulador de todo o esquema. Acusado de corrupção ativa, desvio, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e evasão de divisas.
– Cristiano Paz: Sócio de Marcos Valério. Acusado de corrupção ativa, desvio, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e evasão de divisas.
– Ramón Hollerbach: Outro sócio de Valério. Acusado de corrupção ativa, desvio, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e evasão de divisas.
– Rogério Tolentino: Também sócio de Valério. Acusado de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e formação de quadrilha.
– Simone Vasconcelos: Diretora financeira da SMP&B. Acusada de lavagem de dinheiro, corrupção ativa, formação de quadrilha e evasão de divisas.
– Geiza Diaz: Gerente financeira da SMP&B. Acusada de lavagem de dinheiro, corrupção ativa, formação de quadrilha e evasão de divisas.
– Henrique Pizzolato: ex-diretor de mercados do Banco do Brasil. Acusado de facilitar o desvio de dinheiro dessa estatal para o esquema de corrupção, além de desvio, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
– Ayanna Tenório: Era vice-presidente do Banco Rural, a partir do qual a acusação diz que forneceu empréstimos ilegais para beneficiar o PT. Acusada de gestão fraudulenta, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
– José Roberto Salgado: ex-dirigente do Banco Rural. Acusado de gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e evasão de divisas.
– Vinícius Samarane: ex-diretor do Banco Rural. Acusado de gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e evasão de divisas.
– Kátia Rabello: Era presidente administrativa do Sistema Financeiro Rural, empresa do Banco Rural. Acusada de gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e evasão de divisas.
– Breno Fischberg: Diretor da operadora da bolsa Bonus Vanval, que manejou parte do dinheiro desviado. Acusado de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
– Enivaldo Quadrado: Gerente da Bonus Vanval. Acusado de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
– Carlos Alberto Quaglia: Dono de uma casa de câmbio usada em diversos movimentos financeiros. Acusado de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
– João Magno: Ex-deputado do PT. Acusado de lavagem de dinheiro.
– Paulo Rocha: Ex-deputado do PT. Acusado de lavagem de dinheiro.
– Luiz Carlos da Silva: Conhecido como ‘Professor Luizinho’, era deputado do PT. Acusado de lavagem de dinheiro.
– Anita Leocadia: Funcionária da Câmara dos Deputados ligada ao PT. Acusada de lavagem de dinheiro.
– José Borba: Ex-chefe do grupo do PMDB na Câmara. Acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
– Valdemar Costa Neto: Deputado do PR, era na época presidente do PL. Acusado de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
– Jacinto Lamas: Tesoureiro do PL. Acusado de corrupção passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
– Antonio Lamas: Dirigente do PL. Acusado de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
– Carlos Alberto Rodrigues: Ex-deputado do PL e bispo evangélico. Acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
– Emerson Palmieri: Ex-tesoureiro do PTB. Acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
– Romeu Queiroz: Ex-deputado do PTB. Acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
– João Claudio Genú: Dirigente do PP. Acusado de formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
– Pedro Corrêa: Ex-deputado do PP. Acusado de formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
– Pedro Henry: Ex-chefe do grupo do PP na Câmara dos Deputados. Acusado de formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. EFE