Quatro jornalistas italianos, enviados especiais dos jornais Il Corriere della Sera, La Stampa e Avvenire, foram sequestrados nesta quarta-feira na Líbia, informaram fontes do sindicato italiano da categoria.
O grupo foi levado quando se dirigia à capital líbia, procedente de Zawiya, a 40 km de distância, noticiou a agência Ansa, citando Bruno Tucci, de uma associação de jornalistas com sede em Roma.
Entre os jornalistas, dois são repórteres do Corriere della Sera, um dos jornais mais influentes do país. Um deles é Elisabetta Rosaspina, única mulher do grupo, explicou Bruno Tucci, presidente da Ordem de Jornalistas da região de Roma.
Os outros jornalistas sequestrados cobriam o conflito para os jornais La Stampa e o católico Avvenire.
Segundo informações divulgadas pela agência Ansa, homens leais a Kadhafi pararam o carro onde viajavam os italianos, mataram o motorista e levaram os jornalistas para uma residência, de onde o repórter do Avvenire teve autorização para telefonar para seus editores e explicar o acontecido.
“Nós sabemos que os jornalistas estão bem, já que um deles ligou para o chefe e contou tudo”, confirmou à AFP o serviço de imprensa do ministério das Relações Exteriores, acrescentando que já iniciou um plano de ação emergencial para tratar do caso.
“A região entre Zawiya e Trípoli é só parcialmente controlada pelos rebeldes”, acrescentou a chancelaria italiana.
O cônsul italiano em Benghazi, Guido De Sanctis, declarou à agência Ansa que os jornalistas estão sendo mantidos em uma casa em Trípoli, não distante do hotel Rixos, onde jornalistas estrangeiros foram libertados mais cedo, após dias ilhados no edifício cercado por guardas pró-Kadhafi.
O sequestro ocorre na véspera de uma visita à Itália de um alto membro do Conselho Nacional de Transição (CNT) da Líbia.
Mahmud Jibril, número dois dos rebeldes líbios, se encontrará com o premier italiano, Silvio Berlusconi, em Milão, esta quinta-feira.
Como ex-colonizadora da Líbia, a Itália manteve fortes laços econômicos com Kadhafi e foi o maior parceiro comercial do país antes do início do conflito.
No entanto, o país europeu teve importante papel nas operações aéreas da Otan durante os seis meses do levante rebelde contra o líder líbio, que governou o país norte-africano por 42 anos.