O presidente russo, Vladimir Putin, se encontrou nesta sexta-feira com o ex e com o atual ditador cubano, Fidel e Raúl Castro, no início de uma viagem de seis dias pela América Latina. Neste sábado, Putin está em Buenos Aires e depois vem ao Brasil para assistir a final da Copa do Mundo e participar da VI Cúpula dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), entre 14 e 16 de julho em Fortaleza. A viagem do chefe de Estado russo à região acontece no momento em que ele sofre pressão do Ocidente para ajudar a conter os separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia e exortar os rebeldes ucranianos a encontrar uma solução negociada.
Em sua parada em Cuba, aliado histórico da ex-União Soviética na Guerra Fria, Putin e Raúl depositaram uma coroa de flores em um monumento a soldados soviéticos em Havana e outra no monumento ao herói nacional cubano José Martí. As duas delegações usavam ternos escuros, vestimenta atípica na tropical Cuba, onde a tradicional camisa guayabera (camisa de mangas curtas ou compridas, com quatro bolsos) é considerada formal. “Temos que mudar o protocolo”, disse Raúl a Putin. “Não usamos gravata neste país, só guayaberas e chapéus, shorts e sandálias”.
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Mais tarde, Putin se reuniu com Fidel Castro, de 87 anos, que renunciou por razões de saúde em favor do seu irmão em 2008 após 49 anos no poder. “Os dois trocaram pontos de vista sobre assuntos internacionais e da economia global. Além disso, tiveram uma discussão detalhada sobre a situação e evolução das relações bilaterais russo-cubanas”, indicou um comunicado da presidência russa divulgado em Havana.
Putin também foi promover os laços comerciais russos com Cuba, mercado vedado a empresas dos Estados Unidos por causa do embargo econômico de 52 anos de Washington. As estatais russas de petróleo Rosneft e Zarubezhneft iriam tentar finalizar um acordo para explorar o produto na costa cubana. “Vamos dar apoio aos nossos amigos cubanos para superar o bloqueio ilegal de Cuba”, disse Putin.
O presidente da Rosneft, Igor Sechin, aliado próximo de Putin, viaja com a delegação russa. Ele é um dos executivos russos que os EUA miraram com sanções econômicas por conta da crise ucraniana. Os EUA colocaram em uma lista negra vários indivíduos que se acredita serem parte do círculo íntimo de Putin, e Sechin é uma das pessoas mais influentes da Rússia depois do presidente.
Argentina – A presidente argentina Cristina Kirchner recebeu Putin neste sábado na sede do governo. Moscou pretende impulsionar a cooperação bilateral com Buenos Aires. O encontro de ambos os líderes começou às 13h15 (mesmo horário em Brasília), e incluiu a assinatura de vários acordos e uma declaração conjunta, informou a presidência argentina em seu site. Entre os convênios que foram firmados destaca-se o de cooperação no uso pacífico da energia nuclear, que pode abrir a porta à participação da corporação atômica russa Rosatom no projeto da usina nuclear argentina de Atucha III.
Cristina e Putin assinaram também acordos sobre cooperação em matéria de comunicação em massa, assistência legal recíproca em matéria penal, extradição e mudança de condenados, detalhou a presidência. Durante a noite, o governante russo será homenageado com um jantar no Museu do Bicentenário. No encontro também participarão os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro; do Uruguai, José Mujica; e da Bolívia, Evo Morales.
(Com agência EFE)