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Putin rejeitou acordo de paz com Kiev no início da guerra, diz agência

O pacto, no entanto, foi ignorado pelo presidente russo, que deu sinal verde à investida ao país vizinho, de acordo com a agência de notícias Reuters

Por Matheus Deccache 14 set 2022, 19h40

O enviado-chefe do presidente Vladimir Putin para a Ucrânia disse no início da guerra que havia fechado um acordo provisório com Kiev que iria satisfazer a Rússia de manter os ucranianos fora da Otan, a principal aliança militar ocidental. O pacto, no entanto, foi ignorado pelo mandatário russo, que continuou com a investida ao país vizinho, de acordo com a agência de notícias Reuters, citando três fontes ligadas ao assunto. 

Segundo as autoridades, que falaram sob condição de anonimato, o enviado Dmitry Kozak disse ao presidente russo que acreditava que o acordo alcançado eliminava a necessidade do Kremlin seguir com uma campanha militar em larga escala.

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O líder russo havia afirmado repetidamente antes da guerra que não estava satisfeito com a aproximação da Otan e de sua infraestrutura militar às fronteiras russas e disse que uma eventual entrada da Ucrânia na aliança representaria uma ameaça existencial à Rússia, forçando-o a reagir.

No entanto, quando o acordo de Kozak foi apresentado, Putin disse que queria expandir seus objetivos para incluir a anexação de faixas territoriais ucranianas, o que causou o fim de qualquer negociação. 

Em resposta à Reuters, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que isso nunca aconteceu e que essa informação não tem “absolutamente nenhuma conexão com a realidade”. Ao mesmo tempo, o assessor de Volodymyr Zelensky, Mykhailo Podolyak, disse que a Rússia usou as negociações como uma cortina de fumaça para preparar sua invasão, mas não confirmou a existência de nenhum acordo. 

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Duas das três fontes disseram que um esforço para finalizar o acordo ocorreu imediatamente após a invasão russa, em 24 de fevereiro. Em poucos dias, Kozak acreditou ter o acordo da Ucrânia com os principais termos que o Kremlin vinha buscando e recomendou a Putin que assinasse um acordo.

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“Depois de 24 de fevereiro, Kozak recebeu carta branca: eles lhe deram luz verde; ele conseguiu o acordo. Ele o trouxe de volta e disseram para ele ir embora. Tudo foi cancelado. Putin simplesmente mudou o plano à medida que avançava”, disse uma das fontes próximas à liderança russa.

Segundo outra fonte ouvida pela Reuters, que ajudou nas negociações pós-invasão, as conversas começaram a desmoronar no início de março, quando autoridades ucranianas entenderam que Putin estava comprometido em levar adiante a invasão em larga escala.

A ofensiva de Moscou na Ucrânia é a maior campanha militar na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, o que levou à aplicação de amplas sanções econômicas contra a Rússia e ao apoio militar à Ucrânia por parte de Washington e seus aliados ocidentais. 

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Na primeira fase da guerra, o Exército russo avançou de maneira rápida e conquistou regiões importantes no sul e no leste do país, onde estão as repúblicas separatistas de Donetsk e Luhansk. 

No entanto, o conflito se manteve sem grandes avanços de ambos os lados até poucas semanas atrás, quando a Ucrânia anunciou uma contra-ofensiva para recuperar territórios perdidos inicialmente. 

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Serviços de inteligência de países ocidentais apontam que esse é um ponto crítico para a Rússia, que não possui muitos soldados bem treinados disponíveis e sofre para manter bases nas regiões importantes que ainda controla. 

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