Putin nega funeral de Estado a Gorbachev e diz que não irá comparecer
Cerimônia de despedida de último líder da União Soviética irá acontecer no sábado, no mesmo local onde foram velados Josef Stalin e Vladimir Lenin
O governo da Rússia informou nesta quinta-feira, 1, que o presidente Vladimir Putin não irá comparecer ao funeral de Mikhail Gorbachev, último líder da União Soviética.
A cerimônia de despedida irá acontecer no próximo sábado, 3, no Salão das Colunas da Casa dos Sindicatos de Moscou, mesmo local onde também foram velados Josef Stalin, Vladimir Lenin e Leonid Brezhnev. No entanto, seu funeral não será de Estado.
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Nesta quinta, a emissora de televisão estatal mostrou imagens de Putin depositando rosas vermelhas sobre o caixão de Gorbachev no Hospital Clínico Central de Moscou, onde morreu na última terça-feira, 30, aos 91 anos.
Gorbachev assumiu o poder em 1985, antes do colapso da União Soviética em 1991. Ele é visto no Ocidente como um arquiteto da reforma que criou as condições para o fim da Guerra Fria, em uma época de profundas tensões entre a União Soviética e as nações ocidentais.
Putin, no entanto, levou mais de 15 horas para publicar uma mensagem que dizia que Gorbachev teve um “enorme impacto no curso da história mundial” e “compreendeu profundamente que as reformas eram necessárias” para enfrentar os problemas da União Soviética nos anos 1980.
“Infelizmente, o horário de trabalho do presidente não permitirá que ele faça isso em 3 de setembro, então ele decidiu fazê-lo hoje”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a repórteres.
Apesar de não ser um funeral de Estado em si, Peskov disse que a cerimônia teria “elementos” desse tipo e que o governo estava ajudando a organizá-la. No entanto, a decisão do Kremlin contrasta diretamente com a morte de Boris Yeltsin, que foi fundamental para deixar o ex-líder de lado quando a União Soviética se desfez e escolheu Putin como o homem mais adequado para sucedê-lo.
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Quando Yeltsin morreu, em 2007, o atual presidente declarou estado de luto por um dia em toda a Rússia e participou de um grande funeral de Estado na Catedral de Cristo Salvador, em Moscou. Embora já tenha dito em várias oportunidades que não deseja uma nova URSS, Putin disse que a dissolução do Estado soviético foi a maior catástrofe geopolítica do século XX.
Um dia após a morte de Gorbachev, Peskov, porta-voz do Kremlin, afirmou que o ex-líder errou ao acreditar que o fim da Guerra Fria daria início a um período de “romance eterno” entre uma nova União Soviética e o Ocidente.