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‘Putin escolheu essa guerra’, diz Biden sobre invasão à Ucrânia

Democrata anunciou novas sanções contra Moscou e alertou que Rússia 'irá arcar com as consequências'

Por Caio Saad Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 24 fev 2022, 16h31 - Publicado em 24 fev 2022, 15h55

Anunciando novas sanções sobre Moscou, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que o presidente russo, Vladimir Putin, possui total responsabilidade pelo ataque à Ucrânia e agora irá enfrentar as consequências de sua escolha.

“Putin é o agressor. Putin escolheu essa guerra. E agora ele e seu país irão arcar com as consequências, disse o presidente em pronunciamento na Casa Branca nesta quinta-feira, 24.

Por conta da invasão, “haverá custos severos sobre a economia russa, tanto imediatamente quanto durante o tempo. Projetamos estas sanções com propósito de maximizar o impacto no longo prazo sobre a Rússia e minimizar o impacto sobre os Estados Unidos e nossos aliados”.

+ Tudo o que se sabe até agora sobre a invasão da Rússia à Ucrânia

Segundo Biden, as sanções irão limitar a capacidade da Rússia de negociar em dólares, euros, libras e ienes, além de cessar a capacidade de Moscou de financiar seu Exército. Ao todo, as sanções americanas sobre bancos russos atingem cerca de 1 trilhão de dólares em bens.

“Também estamos bloqueando quatro grandes bancos. Isto significa que todos os bens que possuem na América serão congelados”, explicou.

Além disso, sanções diretas sobre Putin “ainda estão na mesa”, declarou Biden, dizendo que “não é um blefe”. Ele não respondeu quando perguntado os motivos pelos quais não sancionaria o presidente russo nesta quinta-feira.

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Na terça-feira, o governo americano já havia anunciado uma rodada de sanções, entre elas sanções a oligarcas, o que já havia sido levantado como possibilidade em dezembro do ano passado. A medida, no entanto, foi alvo de deboches do embaixador russo nos Estados Unidos, Anatoly Antonov, que disse que “sanções não irão resolver nada no que diz respeito à Rússia”.

“É difícil imaginar que alguém em Washington esteja contando que a Rússia irá revisar o curso de suas políticas externas sob a ameaça de restrições”, declarou. “Não me lembro de um único dia quando nosso país viveu sem qualquer restrições do mundo Ocidental (…) Não há dúvidas de que as sanções impostas contra nós irão prejudicar o sistema financeiro global e os mercados energéticos. Os Estados Unidos não ficarão de fora”.

O discurso do democrata segue um encontro dos líderes do G7, o grupo das sete economias mais ricas e industrializadas. Em comunicado conjunto emitido ao final de uma reunião virtual, os mandatários afirmaram que Putin “se colocou do lado errado da história” ao “reintroduzir a guerra ao continente europeu”.

“Condenamos o presidente Putin por sua constante rejeição a participar em um processo diplomático para responder às questões a respeito da segurança europeia, apesar de nossas repetidas ofertas”, diz o documento. “Nos posicionamos juntos como parceiros, incluindo a Otan, a União Europeia e seus Estados-membros, assim como a Ucrânia, e continuamos determinados em fazer o que é necessário para preservar a integridade da ordem internacional baseada em regras”.

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Em mensagem no Twitter após o encontro e antes de seu pronunciamento, Biden já havia dito que os líderes chegaram em um consenso para “seguir em frente com pacotes de sanções devastadores e outras medidas econômicas para responsabilizar a Rússia”.

+ Putin ‘se colocou no lado errado da história’, dizem líderes do G7

Durante a madrugada desta quinta-feira, forças russas invadiram a Ucrânia por terra, mar e ar concretizando os temores do Ocidente com o maior ataque de um Estado contra outro na Europa desde a II Guerra Mundial. Mísseis russos foram lançados contra cidades ucranianas e Kiev relatou tropas entrando em suas fronteiras nas regiões de Chernihiv, Kharkiv e Luhansk, e chegando via mar nas cidades portuárias de Odessa e Mariupol, ao sul do país.

Pouco depois, as principais potências do mundo se posicionaram. A Organização do Tratado do Atlântico Norte, principal aliança militar ocidental, afirmou que irá fortalecer suas forças no leste ucraniano, após o “terrível ataque” ao país. Em nota, a aliança disse que irá enviar forças defensivas terrestres e aéreas, já aumentando a prontidão de forças.

“As ações da Rússia apresentam uma séria ameaça à segurança Euro-Atlântica, e terão consequências geoestratégicas. A Otan continuará tomando todas as medidas necessárias para garantir a segurança e defesa de nossos aliados”, afirmou em comunicado.

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Já a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, prometeu “enfraquecer a economia da Rússia e sua capacidade de modernização” após o “ataque bárbaro”.

Apesar de represálias, incluindo na forma de sanções econômicas, o governo russo já vinha aproveitando o momento para colocar ainda mais  pressão sobre a Ucrânia e o presidente Volodymyr Zelensky, afirmando que a melhor solução para acabar com a crise seria o país desistir de entrar na Otan, principal aliança militar ocidental e grande ponto de atrito entre a Rússia e o Ocidente. 

Na segunda-feira, Moscou reconheceu a independência das regiões separatistas de Donetsk e Luhansk, que formam Donbas. Poucas horas depois, Putin anunciou a publicação de um decreto ordenando que o Ministério da Defesa envie tropas para “funções de manutenção da paz” para as repúblicas autoproclamadas. 

Segundo Putin, uma eventual adesão do país vizinho à Otan é uma ameaça não apenas à Rússia, “mas também a todos os países do mundo”. De acordo com ele, uma Ucrânia próxima ao Ocidente pode ocasionar uma guerra para recuperar a Crimeia – território anexado pelo governo russo em 2014 –, levando a um conflito armado. 

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A aliança, por sua vez, afirma que “a relação com a Ucrânia será decidida pelos trinta aliados e pela própria Ucrânia, mais ninguém” e acusa a Rússia de enviar tanques, artilharia e soldados à fronteira para preparar um ataque.

Em fala na terça-feira, Putin também fez menção também aos Acordos de Minsk, negociados em 2015, sob mediação da Alemanha e França, para um cessar-fogo nas duas regiões, que teriam em troca autonomia administrativa. Segundo ele, não há mais nada para ser cumprido e culpa o governo da Ucrânia pelo fracasso do acordo. 

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