O mundo já sabia que Vladimir Putin enviou soldados mascarados e sem identificação para ocupar a Península da Crimeia. Pela primeira vez, o autocrata admitiu que planejou a anexação antes mesmo do referendo ilegal realizado em março do ano passado. A declaração faz parte de um documentário produzido por uma emissora estatal russa.
“Eu convidei os líderes de nossos serviços especiais e do Ministério da Defesa ao Kremlin e dei a eles a tarefa de salvar a vida do presidente ucraniano, que simplesmente teria sido liquidado”, disse, ao mencionar os eventos da noite de 22 de fevereiro. “Estávamos preparados para tirá-lo de Donetsk por terra, mar ou ar”. A ordem sobre a península foi dada ao final da reunião. “Eu disse aos meus colegas: ‘somos obrigados a começar a trabalhar para trazer a Crimeia de volta para a Rússia'”.
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Foi no dia 22 de fevereiro que o então presidente ucraniano Viktor Yanukovich fugiu de Kiev para a Rússia. Cinco dias depois, um grupo de homens com fuzis, granadas e uniformes camuflados, sem identificação de nacionalidade na farda, invadiu o Parlamento, na Rua Karl Marx, em Simferopol, a capital da Crimeia. Era o início da ação de Moscou para tomar a península – que foi oficialmente anexada no dia 21 de março.
A tese defendida por Moscou era que a intervenção foi iniciada para garantir a realização do referendo. “Realmente usamos nossas Forças Armadas, mas só para dar às pessoas que vivem neste território a possibilidade de expressar sua opinião sobre seu futuro”, havia afirmado em agosto do ano passado.
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A emissora não informou quando o documentário será transmitido na íntegra; apenas um trailer foi divulgado na noite de domingo.
(Da redação)
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