PT pede que Dilma não reconheça novo governo paraguaio
Mas a presidente brasileira deve evitar tomar atitude isolada dos outros países
O Diretório Nacional do PT defendeu nesta segunda-feira, em reunião em Brasília, que o governo da presidente Dilma Rousseff não reconheça o recém-empossado Federico Franco como legítimo presidente do Paraguai. Apesar de a destituição do presidente da República estar prevista na Constituição paraguaia quando houver, por exemplo, “mau desempenho de suas funções”, os petistas classificam como “golpe” a derrubada de Fernando Lugo do poder.
“O golpismo não será revertido apenas com palavras. É preciso uma reação latino-americana e internacional firme e dura. Além de condenar o golpe, é fundamental que nenhum governo democrático reconheça o mandatário ilegítimo que foi empossado”, disse o PT, em nota aprovada pelo diretório do partido.
Apesar da defesa petista, o ministro da Secretaria-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse nesta tarde que o governo brasileiro não tomará nenhuma atitude de forma isolada, sem consulta aos demais países da região. Posição semelhante havia sido defendida pelo assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia. “Para nós é muito importante valorizar e trabalhar em conjunto com os outros países. Estamos evitando trabalhar qualquer medida que não seja feita com os outros países”, disse Carvalho.
Na avaliação dos petistas, no entanto, a maioria parlamentar contrária a Lugo – apenas um deputado e quatro senadores votaram contra o afastamento do então presidente – promoveu a “deposição sumária” do mandatário, que perdeu o posto em menos de 24 horas. Por ora, o Paraguai foi excluído da reunião do Mercosul que será realizada a partir de quarta-feira na cidade argentina de Mendoza.