Protestos tomaram as ruas da Grécia nesta quinta-feira, 2, depois que uma colisão frontal entre dois trens matou 46 pessoas e deixou mais de 70 feridos, em meio a críticas pelo histórico ruim do país em segurança ferroviária.
Centenas de manifestantes foram às ruas em Atenas, culpando o governo pela privatização da empresa Hellenic Train, e entraram em confronto com a polícia na capital. No acidente de terça-feira 28, um trem de passageiros transportando mais de 350 pessoas colidiu com um trem de carga em Tempi, perto da cidade de Larissa. A expectativa é de que o número de mortos aumente.
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O ministro dos transportes grego demitiu-se na sequência da tragédia. Kostas Karamanlis disse que o sistema ferroviário que o governo herdou “não estava de acordo com os padrões do século 21”.
Enquanto isso, em uma reunião extraordinária, a federação grega de trabalhadores ferroviários decidiu por unanimidade lançar a greve de 24 horas nesta quinta-feira para destacar as más condições de trabalho e a falta crônica de pessoal.
O grupo acusou o governo federal de “desrespeito” às ferrovias por causar o trágico acidente, dizendo que “mais pessoal permanente, melhor treinamento e, principalmente, a implementação de sistemas de segurança modernos, são permanentemente jogados no lixo”.
Separadamente, os trabalhadores do metrô anunciaram outra greve de 24 horas. Eles disseram em um comunicado: “Não há palavras para descrever tamanha tragédia”.
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Outras 52 pessoas permanecem no hospital como resultado do acidente, que deixou vagões tombados e escombros retorcidos e queimados. Seis dos feridos estão em estado crítico devido a ferimentos na cabeça e queimaduras graves, informou a emissora pública ERT nesta quinta-feira.
A maioria dos passageiros envolvidos no acidente eram jovens, disse um hospital local à ERT. O acidente aconteceu logo após um feriado prolongado.
O processo de identificação dos mortos está em andamento, juntamente com operações de busca e resgate envolvendo bombeiros e ambulâncias, com foco nos primeiros vagões do trem de passageiros.
Um gerente de estação de trem na cidade de Larissa foi preso em conexão com a colisão, como parte da investigação do incidente. O homem de 59 anos foi acusado de mortes em massa por negligência e de causar lesões corporais graves por negligência, disse o departamento de polícia de Larissa.
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De acordo com a ERT, o gerente da estação admitiu “cometer um erro”.
A Grécia tem um histórico fraco de segurança ferroviária em comparação com outros países da Europa. Das 28 nações do continente, o país tem a maior taxa de fatalidade de passageiros por milhão de quilômetros de trem nos últimos três anos, de acordo com um relatório de 2022 da Agência da União Europeia para Ferrovias.