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Protesto contra captura de Mladic reúne 10 000 pessoas e deixa 20 feridos

Por Da Redação
29 Maio 2011, 20h28

Vinte pessoas ficaram feridas neste domingo e mais de 100 foram presas nos distúrbios registrados após o protesto realizado por cerca de 10 000 manifestantes no centro de Belgrado por conta da captura do ex-general servo-bósnio Ratko Mladic. A manifestação, realizada na praça em frente ao Parlamento, vinha transcorrendo de forma pacífica quase até o final, quando um grupo de radicais começou a provocar a Polícia. Mais de três mil agentes haviam sido enviados ao centro de Belgrado para zelar pela segurança durante a manifestação. Os participantes do protesto, organizado pelo Partido Radical Sérvio (SRS), de direita, acusaram as autoridades sérvias de trair os interesses nacionais com a prisão daquele que consideram como um herói. Mladic foi detido na quinta-feira no norte da Sérvia, na aldeia de Lazarevo, na casa de um parente que supostamente o abrigou durante vários anos. Compareceram ao protesto a esposa e o filho do ex-general, a quem o Tribunal da Haia acusa de crimes de guerra e genocídio. A manifestação, que durou cerca de duas horas, aconteceu em um ambiente festivo e quase familiar, com homens e mulheres de idade avançada e jovens com filhos pequenos. Os manifestantes traziam bandeiras com a imagem de Mladic e do líder do SRS, Vojislav Seselj, que está sendo julgado no Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia (TPII) por crimes de guerra na Croácia e na Bósnia. Mladic expressou neste domingo seu desejo de que Seselj, formado em Direito e que faz sua própria defesa no TPII, também seja seu advogado. O ex-militar também quis isentar-se de culpa ao afirmar, por meio de seu filho, Darko Mladic, que não teve nenhum envolvimento no extermínio de 8 000 muçulmanos no massacre de Srebrenica, em 1995. Durante o ato, os manifestantes gritavam palavras de ordem em apoio ao ex-general e contra o presidente sérvio, Boris Tadic, a quem tacharam de traidor “ustasha” (fascista croata). “O sonho de cada ‘ustasha’ é ser Boris Tadic”, disse o vice-presidente do SRS, Zoran Krasic, entre gritos de apoio da multidão. “(A captura de Mladic) é uma traição aos interesses nacionais. Estão cumprindo o desejo da União Europeia, que nos tirou Kosovo e nos tirará Voivodina (província do norte da Sérvia)”, declarou Krasic. “Ratko Mladic pode nos devolver a dignidade”, acrescentou. “Mladic não é só meu pai, mas de todo o povo sérvio”, declarou Darko Mladic, filho do ex-general detido. “Ele não lutou contra outros povos, mas pela liberdade de seu povo, o sérvio. Não é um criminoso de guerra”, disse, saudado com gritos de “Ratko! Sérvia!”. Darko Mladic destacou o precário estado de saúde de seu pai, que já sofreu vários derrames cerebrais, motivo pelo qual sua família pede um exame médico detalhado antes de sua extradição ao TPII, com sede em Haia, que poderia acontecer em poucos dias. No protesto, foram vendidas camisetas pretas com a imagem de Mladic e a inscrição “Herói”, e foram distribuídos cartazes azuis com a mesma mensagem. Também era possível comprar chapéus típicos dos combatentes nacionalistas sérvios, “chetnik”, e fotos do ex-general Mladic, do ex-líder servo-bósnio Radovan Karadzic, também acusado de crimes de guerra, e do ex-presidente da Sérvia, o autoritário Slobodan Milosevic, derrubado em 2000. O protesto em Belgrado por ocasião da captura de outro famoso acusado de crimes de guerra, Radovan Karadzic, há quase três anos, terminou de maneira violenta com um morto e diversos feridos. (Com EFE)


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