Promotoria pedirá 80 anos de prisão para Charles Taylor
Ex-presidente da Libéria foi condenado no TPI por crimes contra a humanidade
A Promotoria do Tribunal Especial para Serra Leoa (TSSL) de Haia pedirá uma condenação de 80 anos de prisão para o ex-presidente liberiano Charles Taylor, pelo papel que este desempenhou na guerra civil em Serra Leoa entre 1996 e 2002, segundo um documento apresentado nesta quinta-feira ao tribunal. Charles Taylor, de 64 anos, foi considerado culpado na quinta-feira passada por crimes de guerra contra a humanidade por ter apoiado e armado os rebeldes de Serra Leoa com ‘diamantes de sangue’. A pena será determinada no dia 30 de maio e Taylor cumprirá a sentença numa prisão britânica. Ele foi o primeiro ex-chefe de estado a ser condenado de fato na história do Tribunal Penal Internacional, criado 2002.
Leia também: Condenação de Taylor abre importante precedente
“A condenação recomendada é apropriada porque reflete o papel essencial que Taylor desempenhou nos crimes cometidos, de um alcance e gravidade extremos”, diz, em documento assinado, a promotora do tribunal, Brenda Hollis. Entre as condenações enumeradas na semana passada durante sua condenação, o juiz citou estupro, assassinato e atos desumanos.
Caso – Taylor foi presidente da Libéria – onde ele também é acusado de ter alimentado uma guerra civil – por seis anos até 2003, quando a justiça internacional pressionou por sua renúncia. Desde 2007, ele aguarda seu julgamento no Tribunal de Haia, na Holanda. O ex-presidente criou e pôs em andamento uma campanha de terror com o objetivo de controlar Serra Leoa e explorar seus diamantes, durante uma guerra civil que deixou 120.000 mortos entre 1991 e 2001.
(Com agência France-Presse)