Os vereadores de Montreal, no Canadá, devem votar nesta segunda-feira a proibição de cães da raça pitbull na cidade. Se aprovada, a lei municipal imporá regras rigorosas aos atuais proprietários de cachorros da raça, incluindo obrigatoriedade da castração do animal, além do pagamento de taxa de registro.
A aprovação da lei, apoiada pelo prefeito da cidade, Denis Coderre, resultará na proibição de novos pitbulls nos dezenove bairros de Montreal. A taxa de registro por animal, segundo o projeto, seria de 150 dólares canadenses, equivalente a 370 reais. Cada residência poderia ter, no máximo, dois cachorros de raça considerada perigosa, com exceção feita a proprietários com uma licença especial.
LEIA TAMBÉM:
Papa cumprimenta cachorro que ajudou vítimas de terremoto
Bombeiros resgatam cachorro 9 dias após terremoto na Itália
A Sociedade para a Prevenção de Crueldade com Animais (SPCA), agência de proteção animal da cidade, informou na semana passada que deixará de atuar na cidade caso a nova legislação seja aprovada. Segundo a agência, a lei pode resultar na morte de centenas de cães, uma vez que pessoas de baixa renda e moradores de rua não conseguiriam arcar com os encargos previstos no projeto de lei e abandonariam os animais. “Eventualmente, seríamos forçados a sacrificar centenas de cães saudáveis”, disse à rede CBC Benoit Tremblay, diretor executivo da SPCA.
Em 2015, a cidade registrou 3.062 vítimas de mordidas de cachorros, sendo que 37% dos ataques foram cometidos por pitbulls. A proposta que será votada nesta segunda-feira foi anunciada em junho após uma série de ataques, entre eles o que resultou na morte de Christiane Vadnais, de 55 anos.
Defensores dos direitos do animais e moradores contrários ao projeto de lei afirmam que proibir uma raça de cachorro não é uma medida eficaz para reduzir o número de ataques. Em vez disso, eles pedem uma combinação de normas, educação e punição para donos irresponsáveis.
Cães da raça pitbull são proibidos na província de Ontario desde 2005 e em diversas cidades canadenses, como Winnipeg. Em Quebec, a possibilidade vem sendo discutida e a cidade estuda adotar a medida.
A votação em Montreal está marcada para a noite desta segunda-feira, mas pode ser adiada para a terça-feira, reportou a emissora local CTV.