Berlim, 16 fev (EFE).- A procuradoria de Hannover, no norte da Alemanha, solicitou nesta quinta-feira ao Parlamento federal a suspensão da imunidade do presidente do país, Christian Wulff, diante dos indícios de delitos acumulados contra o líder.
De acordo com a procuradoria, há indícios suficientes contra o político democrata-cristão para iniciar este processo por suposto abuso de poder quando era chefe de Governo do estado federado da Baixa Saxônia entre 2003 e 2010.
‘A decisão foi tomada pelo promotor de Hannover de maneira independente após intensas consultas colegiadas. Não houve ordens de superiores’, afirma o comunicado da procuradoria.
A polêmica em torno de Wulff começou no último dia 13 de dezembro, quando o popular jornal ‘Bild’ publicou que, em seus tempos de primeiro-ministro regional, o político havia aceitado um crédito privado com condições muito vantajosas de amigos empresários no valor de 500 mil euros, com o qual comprou um imóvel.
Além disso, o presidente alemão foi acusado de, na mesma época, passar férias com sua famíla a convite de diferentes empresários na Itália, Espanha, Alemanha e Estados Unidos.
Posteriormente se somaram ao escândalo diferentes casos nos quais Wulff, de maneira direta ou indireta, tinha financiado atos de suas campanhas eleitorais na Baixa Saxônia com dinheiro de empresários amigos.
Segundo o site do jornal ‘Die Welt’, o plenário do Bundestag (Parlamento) poderia estudar o pedido do promotor de Hannover a partir do próximo dia 27 de fevereiro, depois de passar pela comissão parlamentar correspondente.
Este procedimento judicial se une ao iniciado em fevereiro pela procuradoria de Berlim, que também investiga Wulff por suposto suborno na aquisição do veículo particular de sua esposa, Bettina.
Wulff chegou à presidência em junho de 2010, indicado pela chanceler Angela Merkel após a renúncia de seu correligionário Horst Köhler por declarações relacionando a missão do Afeganistão com os interesses econômicos da Alemanha.
Merkel expressou nos últimos meses em repetidas ocasiões seu apoio a Wulff, cuja demissão é exigida há semanas pela maioria dos alemães, segundo as pesquisas de opinião. EFE