Procurador-geral dos EUA se defende de ataques de Trump
Jeff Sessions garante que não cederá à pressão política do presidente americano para acabar com investigação sobre conluio com a Rússia
O procurador-geral dos Estados Unidos, Jeff Sessions, reagiu nesta quinta-feira 23 às repetidas críticas do presidente Donald Trump, afirmando publicamente que não cederá à pressão política.
“Enquanto eu for procurador-geral, as ações do Departamento de Justiça não serão influenciadas indevidamente por considerações políticas. Exijo os mais altos padrões, e quando eles não são cumpridos, eu ajo”, disse ele em um comunicado.
Trump pediu repetidas vezes a Sessions o fim da investigação do procurador especial Robert Mueller sobre o suposto conluio de sua equipe de campanha com a Rússia nas eleições presidenciais de 2016, embora o ex-senador tenha se recusado desde o início da investigação.
Em entrevista gravada e transmitida nesta quinta-feira pela Fox News, Trump criticou Sessions dizendo: “Eu pus um secretário de Justiça que nunca assumiu o controle do Departamento de Justiça”.
Ele culpou Sessions pelo que chamou de corrupção na principal agência de cumprimento da lei dos Estados Unidos. O presidente, no entanto, disse que não interferirá nos assuntos do departamento. “Continuarei sem me envolver, e talvez esta seja a melhor coisa a fazer”.
Sessions, senador e apoiador de Trump de longa data, provocou a ira do presidente ao se desvincular de questões relativas à campanha presidencial de 2016 em março de 2017. Isso o afastou da supervisão do inquérito de Mueller.
“Jeff Sessions se desvinculou, o que não deveria ter feito”, disse Trump. “Ele aceitou o emprego e depois disse ‘irei me desvincular’. Eu disse ‘que tipo de homem é esse?'”
Agências de inteligência dos Estados Unidos concluíram que a Rússia invadiu e vazou e-mails dos democratas durante a campanha como parte de um esforço para influenciar a votação a favor de Trump. O Kremlin negou as alegações e Trump nega qualquer conluio.
Trump intensificou suas críticas ao Departamento de Justiça no momento em que a Casa Branca luta para reagir à condenação do ex-gerente de campanha Paul Manafort por várias acusações de fraude e ao acordo de confissão firmado pelo ex-advogado pessoal de Trump, Michael Cohen.
(Com Reuters e AFP)