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Processo democrático na China é irreversível, afirma Chen Guangcheng

Por Por Sebastian Smith
31 Maio 2012, 13h42

Chen Guangcheng, o dissidente chinês cego que se refugiou na embaixada americana em Pequim e depois abandonou seu país para estudar nos Estados Unidos, indicou nesta quinta-feira em Nova York que a mudança democrática na China é lenta, mas irreversível.

“Sou muito otimista. Ninguém pode frear o processo da história, nem o governo central, embora queira movê-lo para frente ou para trás”, afirmou Chen em sua primeira aparição pública desde que chegou a Nova York, no dia 19 de maio, para estudar na universidade.

Chen participou de uma conferência na sede do Council of Foreign Relations, uma organização privada não partidária dedicada à política externa, na qual assegurou que o governo central chinês está avançando na direção correta e deve ter o benefício da dúvida.

“O governo central me permitiu vir aos Estados Unidos estudar. Isso não tem precedentes, para além do que fizeram no passado. Enquanto se moverem na direção correta, devemos constatar, em vez de questionar tudo”, disse.

Segundo Chen, o problema na China passa pelas autoridades locais.

“Acredito que as autoridades locais são muito atrasadas e vai levar um tempo para mudá-las”, explicou, afirmando que responsáveis deste nível o perseguiram e continuavam assediando sua família.

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Ao se referir à frequente argumentação de que a China, com sua cultura e história diferentes, não deve copiar o estilo ocidental de democracia, Chen citou os exemplos de Japão, Coreia do Sul e Taiwan: “Também precisamos aprender com as democracias orientais”, disse.

Mas os ativistas chineses e as potências ocidentais não têm que forçar a China, acrescentou.

“Muita gente quer mover a montanha em uma semana. Não é realista. Temos que movê-la pouco a pouco e fazê-lo por nós mesmos”, indicou.

Durante sua apresentação, o ativista destacou o papel da internet na China.

“A sociedade chinesa chegou à era na qual se você não quer que se saiba algo, é melhor não fazê-lo. As pessoas estão utilizando todo tipo de instrumentos para divulgar informação. Pode-se encobrir isto? Não. Esta possibilidade está diminuindo”, explicou.

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Chen, de 40 anos, vive nos Estados Unidos com sua esposa e seus dois filhos.

Advogado autodidata que não fala inglês, é conhecido por ter denunciado as esterilizações forçadas e abortos em estágios tardios da gravidez impostos pela política do filho único no país asiático, além das expropriações abusivas.

O dissidente foi preso em 2006, e em 2010 confinado à prisão domiciliar.

Sua saída pôs fim ao atrito diplomático que durou quase um mês, após sua fuga no dia 22 de abril de sua residência na província de Shandong (leste) para se refugiar na embaixada americana em Pequim.

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