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Príncipe saudita faz primeira visita à Europa pós-assassinato de Khashoggi

Apesar de preocupações com direitos humanos, o isolamento de Mohammad bin Salman diminui enquanto preços da energia sobem

Por Da Redação
26 jul 2022, 16h12
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  • Mohammed bin Salman
    A comunidade de inteligência dos EUA concluiu que o príncipe provavelmente ordenou o assassinato de Khashoggi, um crítico da liderança saudita que era colunista do jornal americano The Washington Post - 24/10/2017 (Fayez Nureldine/AFP)

    O príncipe herdeiro saudita Mohammad bin Salman iniciou uma turnê de vários dias pela Grécia e França nesta terça-feira, 26, sua primeira visita oficial à Europa desde que o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, em 2018, atribuído ao regime saudita, isolou o líder de facto do reino.

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    O ostracismo ao príncipe diminuiu nos últimos meses, com visitas à Arábia Saudita dos líderes do Reino Unido e da França, seguidas mais recentemente pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que cumprimentou MBS com um “soquinho” (supostamente atento às regras da Covid-19) em seu palácio e passou cerca de duas horas discutindo o que o americano chamou de “negócios significativos”.

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    Impulsionando seu retorno ao circuito internacional está o impacto dos altos preços da energia nas taxas de inflação nos Estados Unidos e na Europa. Os preços do petróleo Brent subiram acima de US$ 100 o barril depois que a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro, e os sauditas fizeram pouco para aproveitar sua capacidade ociosa de produção de petróleo para controlar o mercado, apesar dos pedidos do Ocidente.

    Autoridades sauditas sustentam que qualquer ação para aumentar a oferta de petróleo precisaria ser coordenada com o resto da Opep+, uma coalizão que inclui a Organização dos Países Exportadores de Petróleo, liderada pela Arábia Saudita, e um grupo separado de produtores de petróleo liderados pela Rússia.

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    No último sinal de que a pressão global sobre ele está diminuindo, o príncipe Mohammad chegou a Atenas, onde foi recebido para conversas pelo primeiro-ministro grego Kyriakos Mitsotakis. Na França, ele deve se encontrar com o presidente francês Emmanuel Macron.

    Ambos os líderes visitaram a Arábia Saudita no ano passado, quando seus laços bilaterais se aprofundaram: a Grécia concordou em emprestar à Arábia Saudita alguns mísseis Patriot, para proteger-se de ataques de mísseis e drones atribuídos aos rebeldes houthis do Iêmen.

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    Durante a visita atual, são esperados acordos bilaterais em energia e cooperação militar, já que a Arábia Saudita procura reforçar suas defesas e diversificar sua economia pr’além do petróleo. O príncipe herdeiro revelou uma série de projetos complexos para atrair investimentos estrangeiros e criar milhões de novos empregos, incluindo um complexo de arranha-céus que ostentará a maior estrutura do mundo.

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    O príncipe Mohammad administra os assuntos diários da Arábia Saudita em nome de seu pai, já idoso, o rei Salman. Mas ele raramente viajou para o exterior desde o assassinato de Khashoggi, restringindo suas visitas oficiais a países árabes amigos nas proximidades. Ele não visita os Estados Unidos ou a Europa desde 2018 e faltou às cúpulas internacionais no ano passado.

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    O Ocidente voltou a abraçar o príncipe, apesar das preocupações com os direitos humanos na Arábia Saudita, onde pessoas são presas todos os dias em repressão às liberdades políticas. Uma visita no mês passado à Turquia, onde Khashoggi foi morto e esquartejado por agentes sauditas próximos ao príncipe Mohammad, foi outro passo importante em sua reabilitação política.

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    A comunidade de inteligência dos Estados Unidos concluiu que o príncipe provavelmente ordenou o assassinato de Khashoggi, um crítico da liderança saudita que era colunista do jornal americano The Washington Post. O governo saudita inicialmente negou o incidente, mas depois reconheceu que funcionários do governo realizaram o assassinato. Mesmo assim, sustentam que o príncipe herdeiro não estava pessoalmente envolvido.

    Depois de taxá-lo de “pária”, a reunião de Biden no início deste mês com MBS marcou um movimento em direção a uma política externa americana mais tradicional com a Arábia Saudita. A visita foi uma vitória para o líder saudita, mas mais uma aposta inconclusiva para o presidente americano, que retornou a Washington sem a promessa de Riad de aumentar a produção de petróleo.

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    Após a viagem, autoridades sauditas disseram que isso ajudaria a melhorar o relacionamento entre as duas nações, mas era improvável que levasse a uma normalização completa da diplomacia.

    “O reino não tem intenção de se curvar para Biden. Muito precisa ser feito antes que o relacionamento seja totalmente restaurado”, disse um alto funcionário saudita.

    Autoridades sauditas dizem que a tolerância do governo americano ao adversário de longa data dos sauditas, o Irã, está no topo da lista de impedimentos. Riad também quer obter armas dos Estados Unidos, como um contrapeso à beligerância iraniana na região, e busca o apoio de Washington para acabar com a guerra do Iêmen – de preferência, com a Arábia Saudita vitoriosa.

    + O incrível retorno do príncipe que mandou esquartejar o jornalista

    “Nós vemos, realmente, os Estados Unidos como nosso principal parceiro na aquisição de defesa, mas é claro que se não pudermos obter equipamentos dos Estados Unidos, procuraremos em outro lugar”, disse o ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, príncipe Faisal bin Farhan, à CNN na semana passada.

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