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Primeiro míssil balístico hipersônico do Irã agrava tensões com Israel

Nomeado Fattah, o novo míssil seria capaz de viajar até 15 vezes a velocidade do som, tendo potencial de competir com o amplo arsenal israelense

Por Da Redação
9 jun 2023, 14h54
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  • Divulgado ao público na última terça-feira 6, o primeiro míssil balístico hipersônico iraniano tem sido fonte de preocupação de autoridades locais. Em uma aparente homenagem a um Deus do Islã, o projétil Fattah, que significa “doador da vitória”, seria capaz de viajar até 15 vezes a velocidade do som, provocando novas tensões com Israel, conhecido opositor do Irã.

    Segundo o comandante da Força Aeroespacial do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã (IRCG), Amir Ali Hajizadeh, o míssil inédito teria capacidade de “penetrar todos os sistemas de mísseis de defesa aérea e detoná-los”. A instituição garante, ainda, que o equipamento é preparado para transitar dentro e acima da atmosfera terrestre, tendo um alcance 1.400 quilômetros.

    O míssil hipersônico superaria, então, a velocidade Mach 5, que percorre cinco vezes a velocidade do som. Apesar do engrandecimento dos iranianos, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, desconsiderou que a arma representaria qualquer tipo de ameaça ao seu país.

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    “Ouço nossos inimigos se gabando das armas que estão desenvolvendo”, disse à mídia israelense. “Para qualquer desenvolvimento desse tipo, temos uma resposta ainda melhor – seja em terra, no ar ou na arena marítima, incluindo meios defensivos e ofensivos”.

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    Discordando em parte da versão dada pelo governo israelense, o ex-diretor da Organização de Defesa de Mísseis de Israel, Uzi Rubin, afirma que a proposta iraniana é “realista e viável”, apesar de não representar uma “revolução” no setor, já que a maioria dos mísseis balísticos é capaz zarpar em velocidades hipersônicas.

    No que chamou de “longa história de fazer reivindicações exageradas”, o diretor do Programa do Irã no Instituto do Oriente Médio em Washington, Alex Vatanka, alegou que o Irã teria uma tendência de exaltar seus feitos no setor de armamentos hipersônicos, mesmo não sendo uma verdade completa.

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    “Dito isso, o Irã fez grandes avanços neste setor e ninguém pode negar isso. O Irã chegou à lista A entre os países que podem produzir mísseis hipersônicos? Esse não é o caso”, explicou.

    Nos últimos seis anos, o Irã realizou cinco intensos ataques mísseis balísticos contra regiões próximas ao país, incluindo dois conflitos contra o Estado Islâmico (ISIS) na Síria e três no Iraque, que teria como alvo as forças americanas, militantes curdos e a inteligência israelense, de acordo com John Krzyzaniak, pesquisador associado do Projeto Wisconsin de Controle de Armas Nucleares.

    “Se as alegações das autoridades iranianas sobre o novo míssil Fattah forem verdadeiras, certamente ele terá mais capacidade de manobra em comparação com os sistemas anteriores”, informou. “Mas não consegue isso da mesma forma que as armas hipersônicas de outros países e provavelmente não terá capacidade de manobra na mesma medida.”

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    Israel, que conta com um amplo arsenal de mísseis de curto, médio e longo alcance, soma-se à Arábia Saudita e aos Emirados Árabes Unidos na utilização de tecnologias americanas, especialmente do sistema de defesa antimísseis Patriot. Apesar das incógnitas sobre o potencial do Patriot de derrubar o novo projétil iraniano, especialistas acreditam que exista uma grande probabilidade.

    “Relatórios da Ucrânia sugerem que o Patriot derrubou mísseis russos Kinzhal , que são semelhantes ao Fattah, pois podem manobrar em alta velocidade”, completou Krzyzaniak.

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    Em 2019, um relatório do Escritório da Secretaria de Defesa dos Estados Unidos apontou que ocupa o posto de maior força de mísseis balísticos do Oriente Médio, com um arsenais que seriam utilizados como “ferramentas primárias de coerção e projeção de força”.

    Em contrapartida, o Irã enfatiza que o equipamento inédito teria como finalidade exclusiva a defesa e “mostrar sua dissuasão nas áreas econômica e política”, fazendo referência sanções dos Estados Unidos, que são consideradas uma guerra econômica pelo governo.

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