Irã apresenta seu primeiro míssil balístico hipersônico
Informações foram divulgadas pela mídia estatal do país e devem causar preocupações ocidentais sobre a capacidade militar
![This handout photo provided by Iran's Revolutionary Guard Corps (IRGC) official website Sepah News on June 6, 2023 shows the head of the Revolutionary Guard's aerospace division General Amir Ali Hajizadeh speaking during the unveiling ceremony of the 'Fattah' hypersonic missile in Tehran. Iran's Revolutionary Guards unveiled an intermediate range ballistic missile on June 6 capable of travelling at hypersonic speeds of up to 15 times the speed of sound, state television reported. (Photo by SEPAH NEWS / AFP) / RESTRICTED TO EDITORIAL USE - MANDATORY CREDIT "AFP PHOTO / IRAN'S REVOLUTIONARY GUARD VIA SEPAH NEWS" - NO MARKETING - NO ADVERTISING CAMPAIGNS - DISTRIBUTED AS A SERVICE TO CLIENTS](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2023/06/000_33H88N3.jpg?quality=90&strip=info&w=1000&h=667&crop=1)
Autoridades iranianas apresentaram o que descrevem como o primeiro míssil balístico hipersônico feito no país nesta terça-feira, 6. O míssil chamado de Fattah foi exibido em uma cerimônia com a presença do presidente Ebrahim Rahisi e comandantes da Guarda Revolucionária.
“O míssil hipersônico Fattah guiado com precisão tem um alcance de 1.400 km e é capaz de penetrar todos os escudos de defesa”, disse Amirali Hajizadeh, chefe da força aeroespacial da Guarda, segundo a mídia estatal iraniana.
De acordo com a agência de notícias oficial IRNA, o míssil Fattah pode atingir “os sistemas antimísseis avançados do inimigo e é um grande salto geracional no campo de mísseis”.
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“Ele pode contornar os sistemas de mísseis antibalísticos mais avançados dos Estados Unidos e do regime sionista, incluindo o Domo de Ferro de Israel”, disse a TV estatal iraniana.
Mísseis hipersônicos podem voar pelo menos cinco vezes mais rápido que a velocidade do som e em uma trajetória complexa, o que os torna difíceis de serem interceptados. Em 2022, o Irã disse ter construído um míssil balístico hipersônico que pode manobrar para dentro e para fora da atmosfera.
Além disso, em oposição a Estados Unidos e Europa, o país afirmou que vai continuar desenvolvendo eu programa de mísseis defensivos. No entanto, analistas militares ocidentais dizem que o Irã frequentemente exagera suas capacidades de mísseis.
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Em 2018, as preocupações com os mísseis balísticos do Irã contribuíram para a decisão do então presidente americano Donald Trump de abandonar um pacto nuclear assinado por Teerã com seis grandes potências em 2015. Fora do acordo, os americanos voltaram a impor sanções ao Irã, que por sua vez retomou o programa nuclear. Mesmo negando a intenção de criar uma bomba atômica, a possibilidade da tecnologia ser desenvolvida pelo Irã preocupa os EUA, Europa e Israel.
As negociações indiretas entre Teerã e Joe Biden em reviver o acordo estão paralisadas desde setembro passado. Israel, que o Irã se recusa a reconhecer, se opõe aos esforços em revitalizar o acordo e ameaça com ação militar se a diplomacia falhar.