Cairo, 10 mai (EFE).- O primeiro-ministro do Egito, Kamal Ganzouri, iniciou nesta quinta-feira a remodelação parcial do governo interino com a designação de quatro novos ministros, informou à Agência Efe um porta-voz da Junta Militar.
Está previsto que nas próximas horas jurem seus cargos ante o chefe da Junta Militar, Hussein Tantawi, os futuros ministros de Ensino Superior, Mohammed Abdel Hamid al Nashar; Cultura, Mohammed Saber Arab; Assuntos Parlamentares, Omar Mohammed Mohammed Salem; e Trabalho e Imigração, Refat Mohammed Hassan Mohammed.
Essas mudanças no gabinete ocorrem depois das últimas pressões do Parlamento contra a gestão de Ganzouri, que levaram a Junta Militar a anunciar mudanças no Executivo para aliviar a tensão política.
A Câmara Baixa do Parlamento, dominada pelo Partido Liberdade e Justiça (PLJ), do grupo Irmandade Muçulmana, suspendeu suas sessões desde o dia 29 de abril até 6 de maio como forma de pressionar para que o Executivo renunciasse devido à sua incapacidade para tramitar o período de transição.
Os deputados responsabilizam Ganzouri por problemas como o massacre ocorrido em fevereiro no estádio de futebol de Port Said, a recente falta de combustível que afetou o país e a atual crise econômica.
Em resposta, a Junta Militar – que ocupa o poder desde a renúncia do presidente Hosni Mubarak, em fevereiro de 2011 – optou por remodelar o gabinete e manter Ganzouri em seu posto.
O presidente do Parlamento, o islamita Saad Katatni, mostrou então sua satisfação com a decisão dos dirigentes militares e chegou à conclusão de que existe um conflito entre os poderes executivo e legislativo que não pode ser solucionado atualmente.
O Parlamento e outras forças pediram em reiteradas ocasiões a renúncia do gabinete, que tomou posse em dezembro do ano passado após ser designado pela Junta Militar.
A crise de Governo é um dos desafios enfrentados pelo Egito, onde nos próximos dias 23 e 24 está prevista a realização de eleições presidenciais, as primeiras desde a revolução que derrubou o regime de Mubarak. EFE