A cidade de Wuhan, na China, foi o primeiro epicentro da pandemia de coronavírus em todo o mundo. Após 76 dias de lockdown, o centro comercial iniciou seu processo de relaxamento das medidas de isolamento social em abril, e obteve resultados positivos, declarando-se livre da Covid-19 em meados de junho. O governo local, porém, foi obrigado a pedir que seus habitantes permanecessem em casa após fortes chuvas.
As autoridades elevaram o nível de alerta de segurança para inundações para o nível 3 em sua escala de quatro graus depois que diversas rodovias e ruas da cidade ficaram debaixo d’água. O nível de chuva registrado entre domingo 5 e esta segunda-feira, 6, bateu todos os recordes de Wuhan, com 426 milímetros de precipitação.
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Clique e AssineSupermercados e lojas foram alagados e os moradores de algumas áreas foram obrigados a andar pela água que batia em suas cinturas para resgatar seus pertences. Meteorologistas alertaram que as fortes chuvas devem continuar até o final desta semana. Para reduzir os riscos, o governo aconselhou que os moradores fiquem em casa.
A China vem sendo castigada por fortes chuvas há semanas. O serviço meteorológico do país emitiu alertas de tempestades por 31 dias consecutivos entre junho e julho. Pelo menos 121 pessoas morreram ou desapareceram e mais de 875.000 chineses foram forçados a se deslocar após as enchentes, de acordo com o Ministério de Gerenciamento de Emergências.
No mês de junho foi registrado um índice 13,5% maior de chuva do que a média para essa época do ano. Ocorrências de chuvas torrenciais e tempestades de trovão foram 43% mais altas do que a média dos anos de 2017 a 2019.
O nível da água subiu para níveis perigosos em pelo menos 50 pontos em todo o país. Especialistas, porém, criticaram o governo e acusaram o Partido Comunista de não dar a devida atenção às enchentes. As autoridades também foram acusadas de mascarar os riscos de rompimentos de barragens.