O presidente do Paquistão, Asif Ali Zardari, recebeu alta na noite desta quarta-feira do hospital americano de Dubai, onde realizou exames, após ter sofrido problemas cardíacos, anunciou a agência paquistanesa Associated Press of Pakistan (APP).
Zardari dirigiu-se à casa que possui em Dubai, acrescentou a agência, citando o porta-voz da presidência, Farhatullah Babar.
Asif Ali Zardari estava hospitalizado há uma semana em Dubai, evitando procurar um centro de saúde de seu país por se sentir ameaçado, disse o primeiro-ministro Yusuf Raza Gilani, em pronunciamento no Senado.
A partida brusca de Zardari, no dia 6 de dezembro do país e sua hospitalização imediata nos Emirados, alimentaram rumores sobre uma possível demissão do chefe de Estado, muito impopular.
Zardari foi eleito em 2008 depois do assassinato de sua esposa, a ex-primeira-ministro Benazir Bhutto, num atentado suicida atribuído aos talibãs, aliados da Al-Qaeda. Desde então, Zardari mencionou várias vezes que se sentia ameaçado e que não tinha “medo de morrer”.
Há meses, quase não sai do palácio presidencial, a não ser para viajar ao exterior.
Vem sendo, também, acusado regularmente de corrupção. A oposição, assim como alguns meios da imprensa, suspeita que tenha solicitado o apoio dos Estados Unidos para tentar limitar o poder do exército, justamente depois de um comando americano matar Osama Bin Laden, no dia 2 de maio, numa operação clandestina no Paquistão.
Se a acusação tiver fundamento, a atitude de Zardari representaria um crime de “alta traição”, segundo a oposição e a imprensa.
Desde sua independência, em 1947, o Paquistão teve a metade de sua história marcada por golpes militares e o restante do tempo com governos civis também enquadrados por comandantes.
O de Zardari não é uma exceção. Segundo os especialistas, nenhuma decisão pode ser tomada, na única potência militar atômica do mundo muçulmano sem o aval do exército. O Paquistão é aliado dos Estados Unidos desde o final, em 2001, de sua “guerra contra o terrorismo”.
O porta-voz de Zardari, Farhatullah Babar, disse na noite desta quarta-feira, à AFP, que o chefe del Estado não tem a menor intenção de se demitir e que regressará ao Paquistão assim que os médicos autorizarem.
Zardari, de 56 anos, sofre há anos de problemas cardíacos.