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Presidente ucraniano culpa rivais por mortes em protestos

Após batalha campal deixar 25 mortos, Yanukovich condena ‘forças radicais’ e ameaça processar adversários por incitar violência e agir fora da Constituição

Por Da Redação
19 fev 2014, 06h54

Um dia depois de uma batalha campal entre manifestantes e a polícia em Kiev, na qual 25 pessoas morreram e 241 foram hospitalizadas, o presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, foi à televisão fazer um pronunciamento para tentar acalmar um país em meio ao caos. Mas, em vez de concentrar sua mensagem no fim dos confrontos para evitar novas mortes, Yanukovich retomou sua ofensiva à oposição, culpando rivais pela violência e ameaçando levá-los à Justiça por agirem de forma inconstitucional.

“Os líderes da oposição negligenciaram o princípio da democracia segundo o qual se chega ao poder por meio das eleições, e não pelas ruas ou praças. Eles ultrapassaram os limites, apelando ao povo que recorra às armas”, declarou o presidente, que ainda garantiu que os culpados serão julgados por infringirem a Constituição. “É uma violação gritante da lei, e os culpados vão comparecer perante a Justiça”.

Ele também recomendou aos manifestantes que mantenham distância de “forças radicais”. Yanukovich, no entanto, disse que “não é tarde demais para interromper os conflitos” e o diálogo é a melhor forma para isso acontecer. O pronunciamento foi feito horas depois do presidente se encontrar com um dos principais líderes oposicionistas, o ex-boxeador Vitali Klitschko. Ao fim da reunião, porém, Klitschko afirmou que “não tinha boas notícias” e que nenhum acordo havia sido feito.

Os confrontos desta terça-feira foram os piores desde o início dos protestos contra o governo em novembro do ano passado, quando Yanukovich desistiu de um acordo com a União Europeia em nome de uma maior aproximação com a Rússia e detonou uma onda de insatisfação popular que tomou as ruas, ganhou força após a aprovação de um pacote de leis antiprotesto e recentemente provocou a queda do primeiro-ministro. Os manifestantes, liderados por três políticos oposicionistas, entraram em trégua com o governo nas últimas três semanas, enquanto os dois lados iniciaram negociações. O presidente fez concessões, como a promessa de anulação das leis que limitavam a liberdade de expressão, mas a oposição exige mais reformas.

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Nesta terça, horas depois de Moscou destinar 2 bilhões de dólares à Ucrânia – recursos que a Rússia estava segurando para pressionar o governo ucraniano a tomar uma medida contra os manifestantes pró-Europa -, a crise voltou às ruas de Kiev e a violência explodiu. Segundo o balanço oficial do Ministério da Saúde ucraniano, 25 pessoas, entre elas nove policiais e 16 manifestantes, morreram. O conflito começou após as forças do governo romperem as barricadas perto do estádio do Dynamo de Kiev e se dirigirem à ocupada Praça da Independência para acabar com o acampamento dos opositores.

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Imagens transmitidas ao vivo pela TV mostraram a polícia atirando bombas de efeito moral, balas de borracha e jatos d’água contra os manifestantes, que haviam erguido uma barreira de pneus e madeira queimados. Os manifestantes também atiravam pedras e incendiavam carros, após terem ateado fogo na sede do partido governista.

Reações – Os Estados Unidos e seus aliados ocidentais têm tentado convencer Yanukovich a se voltar para a Europa e sinalizam com a perspectiva de uma recuperação econômica com o apoio do FMI. Do outro lado, a Rússia acusa os EUA de intromissão e considera a escalada nos confrontos “um resultado direto da conivência de políticos ocidentais e estruturas europeias que fecharam os olhos às ações agressivas de forças radicais”.

Em Washington, o porta-voz da Casa Branca Jay Carney disse que o governo americano está consternado com os conflitos e pediu ao presidente ucraniano que retome o diálogo com a oposição. “Força não vai resolver a crise”, disse Carney a jornalistas. Impacientes com as negociações estagnadas com Yanukovich, os oposicionistas exigem uma reforma constitucional que reduza os poderes do presidente, aumentando os do Parlamento, ou que um novo governo seja formado.

(Com agências EFE e France-Presse)

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