Três dias após o Exército derrubar Mohamed Morsi, o presidente interino do Egito, Adli Mansour, reuniu neste sábado a cúpula militar e líderes de partidos seculares e salafistas e começou a definir um gabinete de transição e uma Constituição provisória até a convocação de novas eleições. O diplomata Mohamed ElBaradei, prêmio Nobel da Paz em 2005 e líder da oposição secular, será o novo primeiro-ministro do país, informou a agência estatal Mena.
O encontro reuniu Mansour, o Ministro da Defesa, general Abdel Fattah al-Sisi, o Ministro do Interior Mohammed Ibrahim, o líder da oposição laica, ElBaradei, e representantes do partido salafista al-Nour, além de jovens do movimento Tamarrod – Rebelde, em árabe – , que protagonizaram os protestos contra Morsi.
Além da formação do gabinete, o objetivo da reunião era dar início aos preparativos para a Constituição provisória, que regerá o país até que uma nova Constituinte seja eleita. A Carta de novembro, de inspiração islâmica, foi suspensa. Uma nova eleição deve ser convocada depois de referendo sobre a nova Carta Magna.
O Partido Justiça e Liberdade, braço político da Irmandade Muçulmana, recusou-se a participar do encontro. Em nota, o partido agradeceu às centenas de milhares de pessoas que protestaram pela volta de Morsi ao poder na sexta-feira.
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Nas ruas do Cairo, depois de uma noite de grande tensão e destruição, o sábado foi de calmaria. Os destroços da batalha campal de sexta-feira ainda eram visíveis em várias regiões do centro da cidade. Temendo novos confrontos, o Tamarrod convocou os egípcios a não ocuparem a Praça Tahrir.
(Com Estadão Conteúdo)