O presidente iemenita Ali Abdullah Saleh deixou neste sábado à noite o hospital militar saudita onde estava sendo tratado há mais de dois meses após um ataque contra seu palácio, mas permanece em Riad por um período de recuperação, anunciou à AFP uma autoridade saudita.
“O presidente iemenita deixou o hospital militar esta noite às 21h00 (15h00 de Brasília) depois de ter recebido os cuidados necessários e foi para uma residência provisória por um período de recuperação”, declarou o alto funcionário, que pediu para não ser identificado.
Ele não informou a respeito da duração deste período de recuperação.
Saleh, muito contestado pela população iemenita, ficou ferido após um ataque a bomba contra seu palácio em Sanaa no dia 3 de junho e foi hospitalizado no dia seguinte na capital saudita.
Ele apareceu pela primeira vez na televisão em 7 de julho, com o rosto queimado, coberto de curativos.
Os opositores de Saleh tentam impedir a sua volta ao país e uma transferência de poder para a cúpula do governo.
As poderosas tribos do Iêmen anunciaram na semana passada a criação de uma coalizão para defender o movimento de protesto, que exige há seis meses a saída de Saleh, ausente do país há cerca de dois meses.
No domingo passado, Ali Abdullah Saleh, no poder há 33 anos, reiterou o seu apelo ao diálogo a partir do hospital saudita, em ocasião no início do mês de jejum muçulmano do Ramadã.
A Arábia Saudita se manteve muito discreta em relação à evolução do estado de saúde de Saleh, cuja ausência prolongada alimentou especulações sobre o futuro político do Iêmen, onde os episódios de violência se intensificaram diante do enfraquecimento do Estado.