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Presidente do Equador quer ‘limpeza profunda’ na polícia

Violentos protestos militares de quinta-feira deixaram ao menos dois mortos

Por Da Redação
1 out 2010, 09h57

“Mais do que nunca vamos acabar com estes entreguistas e levar a pátria adiante. Não haverá perdão nem esquecimento”

Um dia depois dos protestos de centenas de militares no Equador – que chegaram a fechar aeroportos e fizeram com que o governo decretasse estado de exceção (que confere amplos poderes às Forças Armadas para manter a ordem) – o presidente Rafael Correa anunciou que pretende empreender uma “limpeza profunda” na polícia do país e enfatizou que os manifestantes não serão perdoados.

“Vamos acabar com esses entreguistas e levar a pátria adiante. Não haverá perdão nem esquecimento”, disse ele no Palácio de Governo, logo após ser resgatado do hospital em Quito para onde havia sido levado após ser agredido e atingido por bombas de gás em meio à confusão instaurada na quinta-feira por todo o país. Ele deixou o hospital de cadeira de rodas, usando máscara e sob forte esquema de segurança, e reiterou que não cederá às reivindicações dos rebeldes. “Jamais aceitamos negociar nada sob pressão, nada. Pelo diálogo, tudo.”

Correa acusa a oposição e o ex-presidente Lucio Gutiérrez de articularem a onda de protestos. “Os agentes de Lucio estavam infiltrados ali, incitando a violência”, afirmou. Gutiérrez, que está no Brasil, negou qualquer envolvimento em entrevista ao jornal colombiano El Tiempo. “Minhas primeiras palavras são para rejeitar as covardes, falsas e temerárias acusações do presidente Correa”, disse.

O governo confirmou nesta sexta-feira que pelo menos duas pessoas morreram durante os confrontos. Além de um apoiador do governo, cuja morte já havia sido anunciada na quinta-feira – o policial Froilán Jiménez, do Grupo de Operações Especiais (GOE) – um civil também morreu. Calcula-se que ao menos 50 pessoas tenham ficado feridas.

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Agradecimento – Em seu discurso, o presidente agradeceu ao GOE e disse que, sem eles, “um bando de selvagens” teria morrido, referindo-se aos policiais rebeldes que permaneciam concentrados do lado de fora do hospital. O Ministério Público anunciou que será aberta uma investigação para apurar o que chamou de “conspiração” contra o governo.

Na manhã desta sexta, o governo sentiu o primeiro golpe pós-protestos. O comandante da polícia, Freddy Martínez, renunciou ao cargo. Ele havia tentado conter os manifestantes no início da movimentação e pediu diálogo para encontrar soluções para a crise. Os conflitos tiveram início depois que o governo aprovou uma lei que corta alguns benefícios financeiros aos militares, com a justificativa de reduzir os custos do estado.

“Um comandante que foi agredido e desrespeitado por seus subalternos não pode seguir à frente da instituição”, disse Martínez, segundo a agência de notícias Andes. “Possivelmente houve infiltração de gente interessada em desestabilizar a polícia”, acusou ainda. O ex-comandante afirmou que uma minoria dos 40.000 agentes da instituição participou dos protestos.

Os governos de Estados Unidos, Brasil, Venezuela, Cuba, México, Colômbia, Chile, Espanha e a União Europeia (UE) condenaram a ação dos rebeldes. Peru e Colômbia fecharam as fronteiras com o Equador.

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