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Presidente de Mianmar renuncia para ‘descansar de deveres’

Imprensa especula que Htin Kyaw, amigo de infância da Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, tem enfrentado problemas de saúde

Por AFP
21 mar 2018, 12h59

O presidente de Mianmar, Htin Kyaw, muito próximo da líder e ganhadora do Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi, renunciou nesta quarta-feira de seu cargo, após dois anos à frente da nação, no momento em que o país enfrenta as críticas internacionais pela crise dos rohingyas. O sucessor será designado no prazo de sete dias úteis.

O intelectual de 71 anos, filho de um poeta birmanês de muito prestígio e amigo de infância de Aung San Suu Kyi, se tornou em abril de 2016 o primeiro civil a ocupar a presidência do país desde 1962. Kyaw passou dois anos à sombra de Aung San Suu Kyi, que não pode assumir o posto de chefe de Estado por motivos constitucionais.

A presidência não divulgou um motivo para a renúncia, mas Htin Kyaw perdeu peso nos últimos meses e a imprensa fazia especulações sobre a sua saúde. A própria Nobel da Paz admitiu que Htin Kyaw havia viajado várias vezes para o exterior com o objetivo de submeter-se a tratamento médico.

O governo informou que o presidente deseja “ter um descanso de suas funções atuais”. O vice-presidente birmanês, Myint Swe, um ex-general, vai ocupar o cargo até a designação de um novo presidente, como prevê a Constituição.

Htin Kyaw era muito respeitado e considerado uma figura absolutamente leal a Aung San Suu Kyi, que em 2016 afirmou após as eleições que estaria acima da função presidencial. A Constituição birmanesa proíbe que uma pessoa que tem filhos estrangeiros, o caso de Suu Kyi, ocupe o cargo de presidente.

“Se for alguém próximo a Aung San Suu Kyi, as coisas devem prosseguir com normalidade, já que o posto de presidente é claramente honorário desde a criação do cargo de conselheira de Estado, ocupado por Aung San Suu Kyi”, afirmou o analista Mael Raynaud.

A situação representa um novo desafio para a Nobel, que encarnou grandes esperanças quando assumiu o poder no país em 2016.

Mianmar é acusado pela ONU de ter realizado uma limpeza étnica da população rohingya, uma minoria muçulmana que vive na região oeste do país. Quase 700.000 deles buscaram refúgio em Bangladesh para fugir da violência.

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Aung San Suu Kyi mantém a popularidade entre os birmaneses, mas a vencedora do Nobel da Paz de 1991 foi acusada pela comunidade internacional por sua falta de compaixão a respeito dos rohingyas e por seu silêncio sobre o papel do exército.

O Museu do Holocausto de Washington retirou o prêmio Elie Wiesel que havia concedido a ela em 2012 por sua luta contra a ditadura.

Mitos birmaneses, influenciados por um forte nacionalismo budista, consideram os rohingyas como estrangeiros e acreditam que eles representam uma ameaça ao predomínio budista no país.

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