O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, urgiu a China a não alimentar as tensões em relação a uma disputa territorial por um arquipélago, um dia depois de o Japão denunciar que uma fragata chinesa apontou para um navio japonês com um radar de guia de disparos.
“O incidente é um procedimento perigoso que poderia ter conduzido a uma situação imprevisível. É extremamente lamentável que a China tenha realizado um ato tão unilateral e provocativo quando sinais de um diálogo estão surgindo”, disse Abe no Parlamento japonês.
“Eu peço que o lado chinês retome o espírito de benefício mútuo e relações estratégicas e evite a ocorrência de incidentes como este. Eu peço que detenham suas ações para que a situação não se agrave”.
O porta-voz do governo chinês Hua Chunying disse não ter conhecimento dos detalhes sobre o incidente, ocorrido no final de janeiro. Preferiu reforçar a posição da China, de que o Japão deve parar de enviar embarcações para o que o governo chinês considera seu território. “A China fez representações formais muitas vezes e pediu que o Japão termine com as atividades ilegais”, disse.
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O governo americano condenou o ato. “A respeito do incidente com o radar, ações como essas escalonam tensões e aumentam o risco de um incidente maior ou um engano, e podem atrapalhar a paz, estabilidade e crescimento econômico nesta região vital”, disse a porta-voz do Departamento de Estado Victoria Nuland.
Disputa – Um latente conflito por causa das ilhas, conhecidas como Senkaku no Japão e Diaoyu na China, cresceu nos últimos meses até o ponto em que ambos os países mobilizaram caças, enquanto barcos de patrulhamento monitoram-se nas águas próximas. Temores de que os crescentes encontros entre as aeronaves e navios possam causar um confronto acidental estão dando impulso para os esforços de se reduzir a tensão, incluindo uma possível cúpula de líderes.
Porém, enquanto crescem as esperanças de que haja uma reaproximação nas relações, que ficaram ainda piores quando o governo do Japão comprou as ilhas de um cidadão japonês em setembro, ainda há profunda desconfiança e um nacionalismo inflado, complicado pelas amargas memórias da China dos tempos de guerra com o Japão.
(Com agência Reuters)