Premiê da Espanha dissolve Parlamento antes das eleições
A votação marcada para novembro próximo deve entregar o poder à oposição
O primeiro-ministro da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, dissolveu o Parlamento nesta segunda-feira, após ter convocado eleições gerais para 20 de novembro, quatro meses antes do inicialmente previsto. O premiê também se comprometeu a adotar novas medidas para enfrentar a crise econômica – se necessário, mesmo antes das eleições, que provavelmente será vencida pela oposição conservadora.
Zapatero espera que pequenos sinais de recuperação econômica possam compensar sua impopularidade. Há anos a Espanha aposta em medidas de austeridade, mas uma em cada cinco pessoas continua desempregada no país. Devido à piora da crise da zona do euro em agosto, o governo se viu forçado a avançar ainda mais nas reformas, ao mesmo tempo em que tenta evitar um pacote de resgate como os que foram solicitados por Grécia, Portugal e Irlanda.
“Vamos continuar a adotar medidas, se necessário”, disse Zapatero a repórteres após uma reunião de gabinete. As incertezas sobre a Grécia, onde os temores de um possível default ameaçam contaminar os vizinhos do Mediterrâneo, como Itália e Espanha, permanecem.
Mesmo que o Parlamento espanhol esteja oficialmente dissolvido, um comitê legislativo permanente pode aprovar medidas de emergência no caso de a crise da zona euro se agravar ainda mais.
Indignados – Antes das eleições locais de maio, dezenas de milhares de manifestantes, conhecidos como “indignados”, foram às ruas em toda a Espanha em protestos pacíficos contra os políticos tradicionais que eles culpam pela prolongada crise econômica no país.
Zapatero foi criticado por reagir tarde demais à crise econômica da Espanha depois que uma bolha imobiliária estourou, e as pesquisas mostram que o conservador Partido Popular (PP), liderado por Mariano Rajoy, provavelmente vai derrotar os socialistas, atualmente no governo, nas eleições de novembro.