O Partido Trabalhista, atualmente no poder na Austrália, elegeu o ex-líder Kevin Rudd como primeiro-ministro e destituiu Julia Gillard nesta quarta-feira, em uma tentativa de evitar uma derrota catastrófica nas eleições marcadas para setembro. Julia, que anunciou que abandonaria a política se perdesse a votação, deve notificar o Governador Geral, Quentin Bryce, sobre sua saída, o que deve acontecer na quinta-feira, antes de Rudd prestar juramento.
O retorno de Rudd pode fazer com que as eleições na Austrália sejam antecipadas para agosto, em vez da data marcada (14 de setembro), numa manobra para aproveitar a maior popularidade dele junto aos eleitores e o esperado período de lua de mel com o eleitorado. Rudd, um ex-diplomata que fala mandarim, venceu a disputa numa convenção do Partido Trabalhista com 57 votos, contra 45 atribuídos a Julia.
A mudança de liderança ocorre após uma série de pesquisas de opinião cujo resultado mostrou que o governo de Julia Gillard, a primeira mulher a assumir o cargo de premiê no país, pode perder até 35 assentos nas eleições, o que daria à oposição conservadora uma esmagadora maioria no Parlamento, composto por 150 membros.
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As pesquisas também mostram que Rudd é mais popular entre os eleitores e seu retorno como primeiro-ministro, cargo que ele perdeu para Julia Gillard em junho de 2010, poderia conter o tamanho da perda eleitoral dos trabalhistas. Vários ministros-chave, incluindo o do Tesouro, Wayne Swan, e o ministro das Comunicações, Stephen Conroy, disseram que não trabalhariam sob o comando de Rudd. O novo premiê disse que não guardaria rancor contra os políticos que o criticaram abertamente em sua passagem anterior como primeiro-ministro e nem puniria os ministros que permaneceram leais a Julia Gillard.
É pouco provável que a mudança de Gillard para Rudd tenha grandes implicações políticas, pois ambos são fortes defensores da aliança militar da Austrália com os Estados Unidos e dos laços cada vez maiores com o principal parceiro comercial da Austrália, a China.
(Com agência Reuters)