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Porto Rico quer se livrar de iguanas (comendo-as)

Trazidos da América do Sul e América Central, os répteis se transformaram em problema nacional por destruírem plantações e obras de infraestrutura

Por Da Redação
21 ago 2012, 02h01

Porto Rico está enfrentando uma “peste verde”. A infestação não atinge diretamente os seres humanos, mas as plantações e parte da infraestrutura do país estão sofrendo com o apetite de um predador que se reproduziu em silêncio ao longo dos anos, até se transformar em assunto de estado: as iguanas. Os estragos causados pelos animais chegaram a tal ponto que o governo local resolveu incentivar a população a caçar e comer o animal como forma de controlar a praga, divulgou nesta segunda-feira o jornal americano The Wall Street Journal.

As iguanas que tanto incomodam os porto-riquenhos não são originárias da ilha, têm poucos predadores naturais na região e são altamente férteis. A proliferação incontrolável dos répteis atinge principalmente a agricultura, mas também se tornou um problema para a construção civil, já que comem a madeira de sustentação de galerias de estradas e diques.

A situação pode até parecer cômica, mas Daniel Galán Kercadó, secretário do Departamento de Estado de Recuros Naturais e Meio Ambiente, alerta: “Este é um problema real e sério”.

Incômodo – Por muito tempo, as iguanas foram consideradas apenas incômodas, o que abriu o caminho para a liberação da caça. Mas isso não diminuiu o número de répteis. A carne da iguana não é valorizada em Porto Rico.

Em outros países, como os Estados Unidos, é diferente. A carne da iguana é consumida assada ou em ensopados e o óleo dela é utilizado para o tratamento de reumatismo e contusões. Além disso, um relatório do governo americano sobre répteis apontou que o consumo da carne muitas vezes tem a ver com uma suposta função afrodisíaca.

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De olho na oportunidade, o governo porto-riquenho decidiu estimular a caça a fim de exportar a carne também para países da América Latina, Ásia e outros locais que apreciam a carne. A ideia é, além de livrar Porto Rico de um problema, gerar empregos por meio da exportação.

Luxo – O estudante panamenho Luis Ramírez Camejo, que faz pós-graduação na Universidade de Porto Rico, disse que não podia acreditar em sua sorte quando chegou ao país e lhe disseram que havia uma invasão de iguanas. “Na minha família, a carne de iguana é um luxo”, revelou. “Você não encontra facilmente”, acrescentou Camejo, que descreve a carne como “branca e ligeiramente doce”.

Mas os planos do governo porto-riquenho não agradaram o paladar de defensores dos direitos dos animais, que consideram o estímulo à caça um erro. “A erradicação das iguanas em Porto Rico é apenas absurda e cruel”, disse Kristin Simon, militante do Peta, sigla de People for the Ethical Treatment of Animals, organização que defende os direitos dos animais. “Eles são uma espécie incômoda.Temos que controlar esse tipo de invasão”, contesta o secretário Kercadó.

Nativas da América Central e do Sul, as iguanas chegaram em Porto Rico na década de 1970, através do tráfico de animais, afirma Rafael Joglar, professor de biologia na Universidade de Porto Rico. Segundo ele, ao longo do tempo alguns escaparam e outros foram soltos. Foi então que começaram a se multiplicar.

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