No século XIX, missionários americanos foram para a Coreia e fundaram escolas e hospitais, influenciando a formação da elite coreana. Com a invasão japonesa, em 1910, muitos atuaram na resistência. Quando um novo regime autoritário assumiu o posto dos japoneses, a desconfiança com os Estados Unidos foi natural.
Além disso, ao final da II Guerra o ódio ao capitalismo e aos Estados Unidos estava bem sedimentado entre os soviéticos, que colocaram Kim il-Sung no poder após o fim da Guerra da Coreia (1950-1953).
Fora a questão mais ideológica, os fatos também não ajudaram os americanos. Um estudo feito pelos soviéticos sobre a Guerra da Coreia calculou que 85% de todas as construções da Coreia do Norte foram destruídas durante o conflito, principalmente pela força aérea americana. O objetivo era assustar e, assim, obter a rendição dos norte-coreanos o mais rápido possível.
“Ao longo de três anos, nós matamos 20% da população”, afirmou o general Curtis LeMay, chefe do Comando Aéreo Estratégico. Após o fim do conflito, foi fácil para o regime de Kim Il-Sung colocar a culpa de todas as tragédias nas costas dos americanos.
“Nosso povo tem um forte sentimento anti-americano porque eles sofreram muito nas mãos dos imperialistas americanos durante a guerra”, disse Kim il-Sung para jornalistas em 1972. “Como a situação é tensa, nós não podemos parar com as preparações para a guerra. Não fazemos isso em segredo. Quem pode garantir que os imperialistas americanos não nos atacarão novamente? O mais importante é educar todo o povo a odiar o imperialismo americano.”
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