Políticos envolvidos em esquema da Odebrecht perdem direitos na Colômbia
Dois ex-senadores não poderão mais concorrer a cargos públicos; ambos estão presos por suborno e tráfico de influência
O principal tribunal da Colômbia para direito administrativo retirou nesta sexta-feira, 28, os direitos políticos dos ex-senadores Bernardo “Ñoño” Elías e Plinio Olano por tráfico de influência no escândalo de corrupção que envolve a construtora brasileira Odebrecht. Com a decisão de hoje, os dois não poderão mais concorrer a cargos políticos.
Em fevereiro deste ano, a Corte Suprema de Justiça colombiana condenou Elías a seis anos e oito meses de prisão por suborno e tráfico de influência. No mesmo mês, Olano foi preso preventivamente pelas mesmas acusações. Ambos os casos estavam relacionados a operações com a Odebrecht.
O ex-senador Otto Bula e o prestador de serviços Federico Gaviria, principais delatores nas investigações sobre o esquema de corrupção envolvendo a Odebrecht na Colômbia, disseram ao Ministério Público que o então senador Olano recebeu dinheiro para beneficiar a multinacional brasileira em licitações de obras públicas.
Em 13 de dezembro do ano passado, Elías confessou à Corte Suprema os crimes de pagamento de propina e tráfico de influência para favorecer a Odebrecht na concessão de obras da estrada Ocaña-Gamarra, no nordeste do país. Por outro lado, ele se declarou inocente das acusações de conspiração e lavagem de dinheiro.
Segundo documentos divulgados pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, a Odebrecht pagou 788 milhões de dólares em propina em 12 países da América Latina e da África. Na Colômbia, a empresa teria desembolsado irregularmente mais de 11 milhões de dólares entre 2009 e 2014. O Ministério Público colombiano corrigiu esta última quantia para 28,3 milhões de dólares.
(Com EFE)