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Policial acusado de matar George Floyd deixa prisão nos EUA

Após pagar 1 milhão de dólares em fiança, Derek Chauvin irá responder em liberdade por acusação de homicídio culposo e será julgado em março de 2021

Por Da Redação Atualizado em 7 out 2020, 16h25 - Publicado em 7 out 2020, 16h18

O policial branco Derek Chauvin, principal acusado pelo assassinato do afro-americano George Floyd, ganhou liberdade condicional nesta quarta-feira, 7, após o pagamento de 1 milhão de dólares de fiança, segundo documentos judiciais. Ele vai responder em liberdade pela acusação de homicídio culposo, quando há intenção de matar, e deve comparecer no tribunal em março de 2021.

Entre as condições para a liberdade, estabelecidas pela Corte Distrital do Condado de Hennepin, Minnesota, estão a proibição de qualquer contato com a família de Floyd e a entrega de quaisquer licenças ou permissões para uso de armas de fogo. O agente de 44 anos deve ser julgado junto com outros três policiais, Thomas Lane, Tou Thao e J. Alexander Kueng, acusados de cumplicidade.

Floyd morreu em 25 de maio, em Minneapolis após Chauvin ajoelhar sobre seu pescoço por mais de oito minutos. Desarmado, o ex-segurança detido sob a suspeita de ter utilizado uma nota de 20 dólares falsa, repetiu “eu não consigo respirar” diversas vezes até perder a consciência.

O policial foi preso quatro dias depois do ocorrido e, desde então, esteve preso em um presídio de alta segurança de Minnesota, do qual saiu apenas em 11 de setembro para comparecer a uma audiência. Diversos manifestantes se reuniram do lado de fora do tribunal em protesto.

Trial in George Floyd’s Death
Manifestantes reunidos durante audiência dos quatro policiais envolvidos na morte de George Floyd, em Minnesota, EUA. 11/09/2020 (Craig Lassig/EFE)

Ele se apresentou no tribunal junto com os outros três policiais envolvidos.  Os quatro homens pediram a retirada das acusações, alegando que usaram uma força razoável contra um homem que lutava. George Floyd foi “morto provavelmente por uma overdose de fentanil”, disse o advogado de Derek Chauvin, segundo as atas judiciais.

O argumento gerou indignação na família Floyd. “Isso é uma loucura”, disse seu sobrinho Brandon Williams. “Ele morreu por causa de um joelho em seu pescoço, é o que a autópsia diz”, acrescentou seu irmão Philonise Floyd.

O caso desencadeou os maiores protestos antirracismo nos Estados Unidos desde o movimento pelos direitos civis na década de 1960, que ganharam ainda mais força após novos casos de brutalidade policial no país. Em agosto, o americano Jacob Blake, um homem negro de 29 anos, foi baleado por policiais na frente de seus filhos em Kenosha, no estado de Wisconsin.

O incidente ocorreu por conta de uma ligação de uma mulher para a polícia, dizendo que “seu namorado estava presente e não deveria estar no local”, segundo a Divisão de Investigação Criminal do Departamento de Justiça de Wisconsin.

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Um despachante nomeou Blake e, cinco minutos depois, recebeu relatos de tiros. A Divisão de Investigação Criminal do Departamento de Justiça não deu detalhes de porquê o conflito se agravou, divulgando apenas que o suspeito admitiu que tinha uma faca.

Depois que os policiais tentaram prendê-lo, usando uma arma de choque, Blake tentou entrar em seu veículo, onde estavam seus três filhos pequenos. Os investigadores estaduais não divulgaram se ele ameaçou usar a faca, ou por qual motivo Sheskey atirou tantas vezes nas costas – e não menciona a presença dos filhos no veículo ou outros membros da família a poucos metros de distância.

O incidente provocou uma nova onda de protestos nos Estados Unidos, com o pai de Blake discursando em uma marcha do Black Lives Matter, em Washington, e uma greve no mundo dos esportes. Horas depois de times da NBA anunciarem um boicote a jogos, as ligas de beisebol e futebol e uma importante tenista também pararam suas atividades na semana do ocorrido.

Em setembro, manifestações pela morte de Breonna Taylor, mulher negra morta em março durante uma batida mal sucedida em seu apartamento, acarretaram na prisão de mais de 120 manifestantes em Louisville, no Kentucky.

Taylor morreu na noite de 13 de março, quando três policiais entraram em seu apartamento com um tipo polêmico de mandado de busca – conhecido como mandado “no-knock”, ou “sem bater na porta” – que permite que a polícia entre em uma casa sem aviso prévio. O namorado da enfermeira abriu fogo contra os agentes, por ter achado que eram invasores, e quando a polícia atirou de volta a jovem foi atingida.

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