Polícia pede desculpas pela demora em prender Breivik
Agentes poderiam ter chegado antes à ilha de Utoya, onde 69 foram mortos
A polícia norueguesa pediu desculpas nesta quinta-feira por ter demorado para impedir o massacre cometido por Anders Behring Breivik em julho do ano passado, e reconheceu que muitas mortes poderiam ter sido evitadas, segundo um informe sobre a intervenção policial no caso.
Entenda o caso
- • No dia 22 de julho, dois ataques coordenados espalham pânico pela capital norueguesa, Oslo, deixando 77 mortos.
- • No primeiro, um carro-bomba explodiu no distrito governamental atingindo a sede do governo e matando oito pessoas.
- • Pouco tempo depois, um homem invade a ilha de Utoya e atira a esmo contra um acampamento da juventude social-democrata, matando 69 pessoas.
- • O norueguês ultradireitista Anders Behring Breivik, de 32 anos, é preso e assume a autoria dos atentados.
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“Em nome da polícia da Noruega, quero apresentar minhas desculpas por não prender antes Anders Behring Breivik”, declarou Oeystein Maeland, delegado da Polícia Nacional, ao tornar público um comunicado que destaca 54 falhas durante a intervenção contra o autor dos ataques que deixaram 77 mortos. “É muito duro saber que tantas vidas poderiam ter sido salvas se o assassino tivesse sido preso antes”, admitiu o delegado em uma coletiva de imprensa.
No dia 22 de julho, Breivik detonou uma bomba junto à sede do governo norueguês e depois, disfarçado de policial, abriu fogo por mais de uma hora contra centenas de jovens reunidos em um acampamento de verão na ilha de Utoya, perto de Oslo. A polícia já havia sido criticada por sua intervenção, e, em especial, por ter tentado enviar homens à ilha em um bote inflável, que se rompeu com o peso de seus ocupantes.
Lentidão – Segundo o balanço da polícia, Breivik disparou indiscriminadamente durante 75 minutos antes de ser preso. “Poderíamos ter chegado a Utoya mais rápido? A resposta é sim. Se o bote da polícia não estivesse sobrecarregado, não teria se rompido”, disse o delegado Maeland. “Podemos estabelecer com toda a segurança que a polícia não tinha a capacidade de gerir todos os aspectos de um evento de semelhante natureza”, acrescentou.
O informe ressalva que “a polícia cumpriu com sua missão tão rápido quanto possível considerando as circunstâncias”. Entre os erros, o relatório apontou a falta de comunicação e de competências, a carência de efetivos e a desorganização, tanto da assistência às vítimas quanto na implementação de linhas telefônicas para fornecer informações.
Breivik, de 33 anos, encontra-se detido em uma prisão de segurança máxima em Ila, nas proximidades de Oslo, à espera de um julgamento que terá início no dia 16 de abril. Acusado de atos terroristas, pode receber uma pena de prisão perpétua ou a internação em uma instituição psiquiátrica.
(Com agência France-Presse)